Pesquisadores buscam melhor compreensão sobre as mudanças ocorridas na região e os impactos ambientais
Mapear e monitorar a dinâmica de uso e cobertura da terra no Cerrado brasileiro é o objetivo do projeto multi-institucional Políticas para o Cerrado e Monitoramento do Bioma, que vai detalhar as formações naturais remanescentes e as áreas antrópicas, isto é, aquelas modificadas pela ação humana.
Os pesquisadores envolvidos buscam melhor compreensão sobre as mudanças ocorridas na região e os impactos ambientais. Para isso, estão elaborando um mapeamento, chamado TerraClass Cerrado, para identificar as áreas de vegetação natural e as alteradas, delimitando as áreas de produção de grãos e de culturas perenes, pastagens e silvicultura, entre outras.
Os estudos, que devem ser finalizados até o fim do ano, vão gerar bases de dados anuais que permitirão, por exemplo, um planejamento muito mais integrado da relação entre o uso da terra para agropecuária e a conservação ambiental. “Esse entendimento do uso da terra é fundamental para se ter uma visão estratégica e criar cenários para o futuro da agricultura brasileira e da conservação do Cerrado”, explica o coordenador do projeto, Carlos Alberto de Mattos Scaramuzza, diretor de Conservação da Biodiversidade do Ministério do Meio Ambiente (MMA).
O principal benefício é uma visão sobre como a agricultura está usando o Cerrado. Do ponto de vista da agenda brasileira de conservação da biodiversidade, é importante entender o uso da terra para conhecer onde estão acontecendo as maiores pressões para o desmatamento, onde devem ser criadas áreas protegidas, qual o impacto que podem ter sobre espécies ameaçadas, além da criação de corredores ecológicos entre as áreas protegidas existentes, afirma o diretor do MMA.
O Terra Class Cerrado é uma ação desenvolvida no contexto do subprojeto Monitoramento do Bioma Cerrado, realizado com o apoio da Iniciativa Cerrado Sustentável, implementada pelo Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF).
Coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente com apoio financeiro do Banco Mundial, o projeto é realizado em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe/MCTI) e a Universidade Federal de Goiás (UFG).
Fonte : Revista da Ciência e Tecnologia