A menos de três semanas do início dos Jogos Olímpicos, a Assembleia de Londres (órgão legislativo municipal) contesta os patrocínios de Coca-Cola e McDonald’s para a competição e pede que sejam banidos -o que é pouco provável de acontecer.
A Assembleia aprovou recentemente moção em que pede ao Comitê Olímpico Internacional (COI) critérios mais rígidos para os patrocínios, evitando produtos ligados à obesidade infantil.
A autora da proposta, a parlamentar Jenny Jones, do Partido Verde, declarou que “Londres ganhou o direito de sediar os Jogos de 2012 com a promessa de deixar um legado de crianças mais ativas e sadias ao redor do mundo”.
Para Jones, é um contrassenso que a competição e o COI sejam patrocinados por empresas que fornecem produtos altamente calóricos.
No Reino Unido, mais de 30% das crianças estão acima do peso ou têm obesidade. Na população adulta, o percentual sobe para 60%.
A Assembleia pede que a Prefeitura de Londres também adote critérios mais rígidos para patrocínios de futuras competições esportivas.
O McDonald’s e a Coca-Cola têm contratos que garantem a exclusividade da venda de alimentos e de bebidas não alcoólicas nos locais que abrigarão disputas olímpicas.
No Parque Olímpico, na região leste da cidade, o McDonald’s terá a sua maior loja do mundo, para 1.500 pessoas -dez vezes mais que a média de seus restaurantes.
A Coca-Cola ressalta que mais de 75% das bebidas que espera vender durante os Jogos serão água, sucos e refrigerantes sem açúcar. O McDonald’s, por sua vez, defende-se com base em um menu que inclui saladas e opções mais saudáveis.
Apesar das críticas, o patrocínio dessas organizações é uma das maiores fontes de renda do movimento olímpico. De acordo com a revista “Time”, cerca de 40% das receitas olímpicas são oriundas de parcerias comerciais.
A Coca-Cola é patrocinadora dos Jogos Olímpicos desde a edição de 1928, em Amsterdã. Essa é a parceria comercial de maior longevidade entre empresas e o COI. O McDonald’s tem presença ininterrupta na Olimpíada desde 1976, em Montréal.
Fonte : Folha de São Paulo