O Partido Verde repudia o ato do presidente da Fundação Cultural Palmares, Sérgio Camargo, que excluiu o nome da líder do Partido Rede Sustentabilidade, Marina Silva, da lista de personalidades negras do órgão, como se pudesse excluir de uma pessoa sua história, sua ancestralidade, a forma como se enxerga e se coloca na sociedade. O PV presta solidariedade a Marina Silva pelos ataques que sofreu do presidente da Fundação.
É lamentável que um órgão tão importante para a afirmação da identidade dos negros brasileiros, como a Palmares, tenha à sua frente alguém que não faz por merecer o cargo e muito menos o papel de “promover a preservação dos valores culturais, sociais e econômicos decorrentes da influência negra na formação da sociedade brasileira”, de acordo com o que institui a legislação que a rege.
Tal pessoa, como tantas outras no atual governo e o próprio presidente da República, estão no lugar errado. Alguém que não reconhece a escravização das pessoas negras, a contribuição dessas mesmas pessoas para o desenvolvimento do Brasil como nação, sob pena de sua integridade física e da negação de seus Direitos Humanos, não poderia e não deveria presidir a Fundação Cultural Palmares. Seu nome já foi questionado na justiça mas como uma patologia renitente, ele conseguiu voltar. E, o pior, permanecer.
É de lá, de uma cadeira que devia ser usada para a honrar a missão da instituição, o que inclui fomentar o direito de acesso à cultura e à indispensável ação do Estado na preservação das manifestações afro-brasileiras, que, Camargo usa da prerrogativa de dirigente para fazer bravatas, macular a história dos negros e da população afrodescendente do País.
Tenta, por meio de canetadas insólitas, apagar a história do Brasil, decerto acreditando que tem o poder de fazê-lo ou de reescrevê-la com mentiras, atos inconstitucionais, desrespeito e deslealdade ao sangue que corre em suas veias. Por trás do racismo já escancarado por Camargo, nesta e em outras oportunidades, podemos enxergar também e, infelizmente, machismo e misoginia.
Isso ele demonstra ao atacar uma mulher como Marina Silva, historiadora, professora, psicopedagoga, ambientalista e política – deputada estadual, ministra, candidata à presidência da República. Molestar alguém de caráter ilibado e com um histórico legado para a política, o meio ambiente, a luta sindical e tantas outras caras à sociedade, não chega a ser uma surpresa, se vem de Sérgio Camargo.
Marina, que por tantos anos fez parte dos nossos quadros, respondeu à altura. Disse que quem julga o valor da contribuição de uma pessoa para a sociedade, é a própria sociedade e a sabedoria da História.
Mostra, portanto, que não à toa tornou-se uma liderança nacional. Não perdeu a calma que lhe é característica, nem usou a oportunidade para falar de si. Tratou a questão de forma pacifista, como a defensora do ideais democráticos que é, os mesmos pelos quais lutamos no PV.
O Partido Verde, corrobora, portanto, com as palavras de Marina Silva. E aproveita as de Sérgio Camargo para reiterar que o atual presidente da Palmares “não tem contribuição relevante para a população negra do Brasil”.
Partido Verde