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Atritos entre Marina e o presidente do PV, José Luiz Penna, motivaram saída da ex-senadora do partido
Penna afirma que a saída da ex-senadora do partido foi boa: ‘Isso abriu a possibilidade de fazermos alianças menos conservadoras’
Antes de ser político, José Luiz de França Penna foi roqueiro, ator e ativista indígena. Dos tempos alternativos dos anos 60 e 70, quando desembarcou em São Paulo vindo da Bahia, ele guarda até hoje as barbas longas e as ideias ambientalistas que marcaram sua trajetória no Partido Verde, do qual é o dirigente máximo desde 1999.
Eleito deputado federal pela primeira vez em 2010, ele assumiu na semana passada a presidência da Comissão de Meio Ambiente da Câmara. Nessa entrevista ao Brasil Econômico , o dirigente verde faz uma avaliação sincera dos efeitos da passagem de Marina Silva pela legenda e diz que sua saída foi boa.
Brasil Econômico: O PV recebeu 19 milhões de votos em 2010 com Marina. Que sentimento ficou em relação à saída dela, que criticou muito sua atuação como dirigente do PV?
Penna: Há uma ótica errada. Dizem que somos presidencialistas, mas não somos. Nosso regime é formado por direções colegiadas. A direção nacional do PV fez um esforço muito grande em relação à Marina.
Brasil Econômico: Que esforço foi esse?
Penna: Criamos até cláusula de consciência em relações a temas como aborto, drogas e homofobia para admiti-la. Se ela estivesse no partido quando estourou esse vulcão da Comissão de Direitos Humanos, por exemplo, estaríamos em uma situação delicada. Além disso, colocamos dez membros ligados a ela na executiva. Mas me atingir não é a política correta.
Brasil Econômico: Quanto tempo faz que o senhor está na presidência do PV?
Penna: Desde 1999. Sou porta-voz do partido e disputo a cada dois anos nos congressos do partido.
Brasil Econômico: Nunca houve uma chapa de oposição?
Penna: Houve sim. A crítica do grupo de Marina não procede. Fui chamado até de (Hosni) Mubarak (ex-presidente do Egito).
Brasil Econômico: Marina queria o partido para ela?
Penna: Ela queria uma zona de conforto menos complicada que o Partido Verde. Essa é a real. Acho bom que ela tenha partido. Isso abriu a possibilidade de fazermos alianças menos conservadoras.
Brasil Econômico: O PV sairá menor das urnas em 2014 sem Marina Silva?
Penna: Temos condições objetivas de conseguir bons resultados com a candidatura de Fernando Gabeira (à Presidência). As condições são boas para ele.
Brasil Econômico: O Gabeira tem repetido que não será candidato…
Penna: O PV terá candidato e ele é o primeiro no nosso “personograma”.
Brasil Econômico: O PV terá candidato ao governo em todos os Estados?
Penna: Pretendemos ter, mas não levaremos ninguém para o suicídio. Precisamos de uma boa bancada de deputados federais. Temos que ampliar nossa bancada significativamente.
Brasil Econômico: O partido pode estar no palanque presidencial de Dilma, Aécio Neves ou Eduardo Campos em 2014?
Penna: Se em maio do ano que vem chegarmos à conclusão que não temos gás para uma candidatura própria, vamos examinar a possibilidade de fazer uma aliança. Vejo a alternância de poder como a questão fundamental da democracia e acho um avanço que haja dois turnos. Precisamos matar qualquer gesto plebiscitário.
Brasil Econômico: Então Dilma está descartada?
Penna: Sim. Com ela não há perspectiva de alternância de poder.
Brasil Econômico: A Rede de Sustentabilidade, partido que a ex-ministra Marina Silva está tentando criar, será um concorrente para o Partido Verde?
Penna: Não temos essa visão. Nunca tivemos qualquer sonho de partido único. Acreditamos na alternância de poder. A justeza desse ideário será o tópico de várias organizações.
Brasil Econômico: Não teme o esvaziamento do PV?
Penna: Não temos essa angústia. É uma boa contar com partidos com os quais possamos no aliar. Acreditamos no poder compartilhado. Não podemos esquecer que os conservadores da esquerda e da direita produziram barreiras preconceituosas para o Partido Verde. Tentaram nos levar para o campo do exótico e do inócuo. Depois que o Lula começou a usar o futebol para explicar tudo, nós éramos o Juventus. Era o time de todo mundo, mas ninguém ia ao jogo.
Brasil Econômico: O que acha do PEN (Partido Ecológico Nacional)?
Penna: Nesse caso houve um traço oportunista. É um partido que nasceu para fazer frente ao PRB. Ele faz parte de uma disputa entre a Assembleia de Deus e Edir Macedo.
Brasil Econômico: Como avalia o projeto que restringe a atuação de novos partidos? É casuísmo apresentá-lo agora que Marina tenta criar um partido novo?
Penna: Não estou convencido disso, até porque acho uma atitude bisonha tentar ganhar a eleição assim. Nesse caso, nos posicionamos a favor (dos novos partidos). Mas na ocasião da criação do PSD, nos posicionamos contra. Se o partido não foi votado, ele não deveria ter tempo de TV e fundo partidário. Há um erro fundamental nisso tudo meu caro jornalista: anteciparam muito as eleições. Já começamos o ano com a eleição posta.
Brasil Econômico: O deputado Alfredo Sirkis ainda está no PV, mas está empenhado em criar a Rede no Rio de Janeiro. Como está a relação do partido com ele?
Penna: Nós fomos extremamente generosos nesse embate. Passamos o microfone que seria dado ao partido no plenário da Câmara a ele. Mais generosidade do que isso é impossível.
Brasil Econômico: Se a Rede não der certo, ele terá a legenda do PV para a eleição de 2014?
Penna: Seria desconfortável para ele.
Brasil Econômico: Você acaba de assumir a Comissão de Meio Ambiente da Câmara. Qual a agenda d os ambientalistas para 2013?
Penna: A regulamentação e a aplicação do Código Florestal, que poderá ser um pouco mais para lá ou para cá. Criamos também um grupo de trabalho de apoio aos índios.
Brasil Econômico: Tem muito ruralista no meio da Comissão de Meio Ambiente?
Penna: Está cheio. Isso é um horror. O Brasil está quedado diante do agronegócio. Não existe contrapartida. O poder deles é ilimitado, especialmente depois que descobriram a força do Congresso. Na última eleição, eles se empenharam de maneira muito forte.
Brasil Econômico: Durante o debate do código florestal, o hoje ministro do Esporte, Aldo Rebelo, disse que muitas ONGs ambientalistas são instrumentalizadas por interesses estrangeiros. O que acha disso?
Penna: Isso é uma história da carochinha para justificar posições que não são modernas. Não faço ataque o pessoal a ele, mas inventar isso é jogar uma cortina de fumaça sobre a realidade. Você não vê no agronegócio uma gestão párea agregar valor. Estamos pegando o dinheiro fácil e transformando o Brasil em produtor de produtos primários em detrimento dos avanços tecnológicos. Eles têm uma visão de que quanto menor a proteção (ambiental), maior será a produção. Mas não temos posições sistemáticas contra o agronegócio (no Congresso).
Fonte : Brasil Econômico – Pedro Venceslau
Toda vez que entrevistam o Pena, sempre tocam na questão dele ser dirigente do partido a um bom tempo, oras bolas, isso é um problema do PV , dos seus militantes e dirigentes e demais ninguem.
O Pena incomoda por ser um cara tranquilo, avesso a badalações e comprometido com causas que incomodam o conservadorismo.
Acompanhei e fiz a campanha de 2010 e afirmo que a senadora Marina Silva sempre foi respeitada e muitas vezes até privilegiada dentro do partido.
Sua saída deu-se por ansiedade e vaidade de alguns “companheiros” que acharam ser maior que o partido.
O PV continua respeitando a história da senadora, mas da-se o direito de continuar sua história,que alias não começou ser construída com a vinda da senadora. Nosso projeto é de vida baseado na vida e pela vida.
Prezados…Sonho com um Partido Verde, unicamente verde, que vê o meio ambiente e o homem como os principios fundamentais para a vida neste planeta.
O Gabeira recusa-se a uma candidatura, e eu acredito que é pela atual imundice de nossa política.
Um Verde quer ar puro junto com o desenvolvimento.
Um Verde quer poder esperar um futuro digno para a humanidade…E não somente o Poder.
Ouço sobre fortunas gastas por partidos, o “rabo preso”, coligações falsas, intenções ocultas em quaisquer pronunciamentos.
Ouvi: ‘O Partido Verde é um partido pobre…” Quem pensar assim, que siga Marina, Lula, Dilma, Genuino, Edir Macedo, Papa Francisco, Faustão, Gugu…
Creio que muitos verdes concordarão comigo…”mudanças, hoje, só ideológicas”
Temos uma bandeira e o melhor candidato _ GABEIRA_ mas deve-se sonhar:
“Verde só coliga-se com o Meio Ambiente e o homem.”….o resto deve ser reciclado.
Felicadades,
JRGI
Penna foi muito generoso em seus comentários…foi educado e límpido como é de seu estilo…
Penna está ciente do que conduz em relação as pessoas e ao partido que sempre o escolhe para representa-lo…
O PV é hoje o único partido alternativo para uma sociedade que pretende se refazer politica e socialmente…esta limpo e seguro para, como empreendedor, melhor representar seus eleitores, que o admiram e nele confiam…
Felizmente…
Mantenho minhas esperanças de que um dia o Brasil será um país justo e honesto, onde o poder não vença a humildade. Isso acontece hoje em Santa Bárbara D’Oeste (SP), onde o prefeito Denis Andia (PV) está visitando todos os setores dos órgãos públicos municipais. Ele trata a cada funcionário como se também fosse um funcionário, e trabalha para todos, sem exceção. Gostaria muito se mais pessoas como ele tivessem oportunidades desse patamar!
Quer dizer que só o Gabeira tem a formula para solucionar os problemas do mundo?! Só o PV para reconstruir um mundo melhor, o que falta discutir são os fatos, os problemas e suas soluções. Por que não Marina juntamente com o Gabeira? Marina e Cristóvão Buarque?! Estão levando um problema pessoal do presidente do PV com a Marina, estão defendendo de que Partido Político tem dono? O problema da política é que os “Donos do Brasil” não dão oportunidade para novas representações, alternância de poder. Os doutores da política pensam que para se fazer política é obrigatório seguir sempre as mesmas formulas, deixem a pessoalidade de lado, e vamos todos juntos lutar por um Brasil melhor. O maior problema da política é que os dirigentes de partido pensam que são donos do partido, podem controlar, mandar e desmandar, isso não é democracia! Eu pretendia me candidatar pelo PV, entrei em contato com o Diretório Estadual, e não obtive o retorno esperado. Agora vamos ver o Rede Sustentabilidade, que tem tudo para dar certo. A Marina é extremamente lúcida, inteligentíssima, e não vejo o porque da revanche entre os dirigentes do PV, somos livres para estar ou criar o partido que quisermos, a lei nos garante isso. O resto é picuinha, mesquinharia.