Contrários à regulamentação da prática como esporte conseguem adiar votação nesta terça-feira (13)
O deputado federal Célio Studart (PV-CE) defendeu novamente, na Comissão de Meio Ambiente, o adiamento da votação do projeto 2452/2011, que regulamenta a vaquejada como esporte. É a terceira vez, em um mês, que a presidente do colegiado, Carla Zambelli (PSL-SP), tenta votar o parecer favorável, mas a maioria dos parlamentares votaram pelo adiamento por duas sessões, em uma vitória dos críticos da proposta.
“Estarmos apreciando aqui, no momento tão difícil que estamos passando, no meio de uma pandemia, se vaquejada é esporte ou não. Além de ser uma matéria alienígena à proteção dos animais, é inoportuna”, contestou Célio, que ressaltou também ser uma perda de tempo, já que o Plenário da Câmara aprovou, em 2019, matéria parecida que regulamentava a vaquejada. Na época, Célio foi o único parlamentar da bancada cearense a votar contra.
O parlamentar defendeu que sejam pautados temas pertinentes ao momento da pandemia e que realmente sejam necessários à população e ao meio ambiente. “A vaquejada não está sendo permitida em nem nenhum local, ou seja, não prejudica ninguém o adiamento. Estamos perdendo tempo de discussão, quando posteriormente poderemos chamar veterinários, protetores e acadêmicos que vão poder dissertar melhor sobre o assunto”, completou, ao defender a realização de audiência pública com este objetivo.
O tema ainda é bastante controverso e divide opiniões na comissão. Um dos membros presentes defendeu a vaquejada como prática esportiva e afirmou que o texto traz a questão do bem estar animal e ele era a favor por conhecer os procedimentos por ser um especialista no assunto.
Em reposta, Célio afirmou que o esporte é consentimento das duas partes e que, na vaquejada, o boi cumpre um papel de escravidão. “Com todo respeito, deputado, o senhor falou que já esteve em vaquejada, tem vivência, mas nunca esteve no lugar do boi. A vivência da dor, do sofrimento e do desluvamento, que é a retirada do rabo, quem tem é o boi”, afirmou. Ele lembrou também que a exigência de veterinários nos locais onde ocorre a prática não garante que não haverá os maus-tratos.