Em um dia de sol, o interior de um veículo fechado pode atingir 70 graus de temperatura, o que facilmente leva um bebê a morte em menos de uma hora, com um quadro de desidratação grave pela elevação da temperatura corporal. Esse é o alerta da médica e vereadora de Curitiba, Maria Leticia Fagundes (PV), que pretende instituir a Semana de Conscientização da Hipertermia em crianças esquecidas em automóveis, conhecida como “Síndrome do bebê esquecido – SBB” (005.00297.2017).
“Com a vida agitada e o stress cotidiano, infelizmente esta ocorrência vem aumentando, e precisa ser evitada; o esquecimento de bebês é um problema mundial, porém pouco estudado, por isso se faz necessária a semana de conscientização sobre o tema, com o intuito de prevenir novos incidentes, orientando a população sobre o assunto”, destaca Maria Leticia.
A proposição surgiu a partir da avaliação da vereadora na banca do Trabalho de conclusão de Fase Clínica das acadêmicas da Escola da Medicina do Paraná, da Pontifícia Universidade Católica do PR, Lara de Matos Sacchetin, Nathália Helena Costa Rojas da Silva, Sâmela da Silva Oliveira e Vitória Yaegashi Zappone, orientada pelo Professor Eduardo Murilo Novak.
De acordo com apresentação das futuras médicas, através de dados coletados da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa, Subdivisão de Estatística e Inteligência do PR, houve a ocorrência de uma morte de um bebê de 6 meses de idade, em janeiro de 2015 e outra, de um bebê de um ano, em fevereiro de 2016.
No Brasil, a maior incidência de esquecimentos de crianças, quanto à questão geográfica, ocorreram na região sudeste, especialmente no estado de São Paulo e nos arredores da capital, nos dias de semana e nas estações mais quentes. Um ponto importante a destacado pelas alunas, é que grande parcela dos casos ocorreu quando a criança estava sendo levada para a creche ou escolinha.
As acadêmicas também informaram que nos Estados Unidos há estatísticas, diferente do Brasil, e estima-se o total de 661 mortes entre 1998 a 2015, com uma média de 37 mortes por ano. A maioria das mortes ocorreu em crianças menores de 3 anos de idade (80%) e predominantemente no verão (70%).
Segundo a pesquisa, metade dos casos (54%), são pais que esqueceram os filhos no carro e o restante dos casos dividem-se entre crianças que conseguiram entrar e não conseguiram sair (29%); e 17% de casos em que foram esquecidas deliberadamente.
Fonte : PV.PR