Davi Brasil Caetano (Avante) também foi ex-secretário de Defesa Civil. Ele foi preso em casa no início da manhã desta quinta (18). A polícia saiu às ruas para cumprir 32 mandados, mas 8 pessoas já estavam na cadeia. 26 pessoas e três armas foram apreendidas.
O ex-secretário de Defesa Civil do Município de Queimados, na Baixada Fluminense, e vereador eleito pelo Avante, Davi Brasil Caetano foi preso, na manhã desta quinta-feira (18), durante uma operação do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) e da Polícia Civil.
Davi Caetano é considerado o chefe da milícia conhecida como “Caçadores de Ganso”, uma das mais violentas do RJ, segundo o MP. Ele foi preso em casa e, ao sair, acenou para as câmeras.
Os alvos, de acordo com as investigações, teriam atuação em três condomínios do Programa Minha Casa, Minha Vida, todos em Queimados.
As investigações apontam que o vereador era o responsável pela exploração da atividade de distribuição clandestina de sinal de TV a cabo desempenhada pelo grupo, adquirindo os materiais necessários à expansão das centrais clandestinas para ampliar sua área de atuação.
Vereador eleito pelo Avante e ex-secretário de Defesa Civil de Queimados, Davi Brasil Caetano, foi preso em casa suspeito de liderar milícia na região — Foto: Vilson Ferreira / TV Globo
A polícia saiu às ruas para cumprir 32 mandados sendo que 8 pessoas já estavam presas. Até às 14h30, 21 pessoas tinham sido presas na ação.
Além do vereador, outros integrantes do grupo praticavam diferentes funções ligadas à atividade da milícia, tais como cobrança ilegal de taxas de serviços e por suposta segurança, observação de “inimigos” e prática de homicídios, entre outras.
O que dizem os envolvidos
A Executiva Estadual do Partido Avante divulgou uma nota sobre a prisão do vereador.
“Todos foram surpreendidos com o fato. Aguardamos a evolução das investigações para fazer um pronunciamento. O caso será levado e analisado pela Comissão de Ética do partido.”
Até o fim da tarde, a defesa dos presos, levados para a Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense, não havia se pronunciado sobre o assunto.
Vereador de Queimados suspeito de liderar milícia chega à delegacia
Rede social anunciava vítimas
Ainda de acordo com as investigações, o grupo mantinha uma página em rede social, administrada por alguns dos denunciados, onde anunciava, previamente, quem seriam as suas vítimas. A página já foi retirada do ar.
As denúncias apresentadas pelo MPRJ à Justiça indicam que o grupo atuava subjugando a população local através da constituição de uma milícia privada em três diferentes localidades do município: Condomínio Valdariosa, Condomínio Ulysses Guimarães e Condomínio Eldorado.
Policiais saíram da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense, ainda durante a madrugada, para cumprir 24 mandados de prisão — Foto: Ruy Silva / GloboNews
A operação desta quinta foi batizada de Hunter e teve a coordenação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco/MPRJ), em conjunto com as delegacias de Homicídios da Baixada Fluminense e da Capital e com o serviço de inteligência da Polícia Militar.
A operação contou ainda com o apoio da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI/MPRJ) e da Superintendência de Inteligência do Sistema Penitenciário.
Policiais saíram da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense, ainda durante a madrugada, para cumprir 24 mandados de prisão — Foto: Ruy Silva / GloboNews
Vereador Jerominho preso em 2008
O ex-vereador Jerônimo Guimarães Filho, o Jerominho, ficou preso durante 10 anos, acusado de formação de quadrilha e de chefiar milícia na Zona Oeste do Rio.
Jerominho deixou a prisão no ano passado. Ele foi absolvido no último processo ao qual respondia, em que era acusado de tentar matar um motorista de van em junho de 2005
Fonte: G1