Foi aprovada também, em Brasília, uma estatuinte para implementar o parlamentarismo dentro do próprio Partido Verde
Neste último sábado (16/05), a Convenção Nacional do Partido Verde reuniu membros e dirigentes verdes de todo o Brasil para elegerem o novo diretório e a nova executiva nacional da legenda, mas o foco acabou sendo o debate sobre a conjuntura nacional, com destaque para a reforma política, as eleições 2016 já com o fim do voto obrigatório e a proibição do financiamento de campanha por empresas. Na ocasião, foi criada uma estatuinte para estudar a implementação do sistema parlamentarista dentro do Partido, ratificando a posição dos integrantes do PV em prol de um sistema de governo mais participativo: parlamentarista de voto distrital misto.
O presidente do Partido, José Luiz Penna, reeleito pelos convencionais, aproveitou a ocasião para reafirmar a importância do Partido na mobilização de toda a sociedade para mudanças efetivas no sistema governamental do país. “Pedimos o impeachment do presidencialismo no Brasil, não toleramos mais essa forma arbitrária de governar”, reivindicou. Ao todo, o Diretório Nacional teve 30% de renovação.
No centro das discussões sobre a conjuntura política, o deputado federal Evandro Gussi (PV-SP) explanou sobre o relatório da Comissão Especial da Reforma Política, em andamento no Congresso Nacional, cujo teor afronta posições dos verdes em diversos temas. Segundo Evandro, apesar de existirem várias ressalvas a esse relatório, a maioria da comissão é a favor da reforma política. “A defesa do Partido é pelo impeachment do presidencialismo e isso não é uma questão de opinião, mas sim de um país que tenha consciência do que é uma democracia madura”, disparou Evandro. Ele defendeu veementemente o parlamentarismo dentro do PV: “é necessário que o Partido entenda que podemos fazer mais pela política brasileira e um processo interno de eleições mais a luz do parlamentarismo vai nos ajudar a pautar a sociedade”.
Para os dirigentes, no mundo da democracia madura e consolidada já existe uma convergência de aproximar o eleitor de seus representantes. Essa tendência o mundo já absorveu e “o Brasil também precisa absorver”, nas palavres de Penna.
Entre a pauta de discussões, os convencionais avaliaram o papel do Partido Verde. Fabiano Carnevale, Secretário de Relações Internacionais do PV Brasil e co-presidente Executivo da Federação dos Partidos Verdes das Américas (FPVA), afirmou que o PV é parte de um movimento mundial que continua evoluindo. “Hoje existem 12 partidos verdes nas três Américas, além do Global Greens que reúne cinco continentes”, explicou Carnevale. “Temos muita representatividade e precisamos nos juntar ainda mais para moldar a forma de desenvolvimento no mundo”. Segundo Fabiano, a onda conservadora que atinge o Congresso Brasileiro também atingiu a Europa. “Os verdes não ficaram imunes a essa onda conservadora, reduzimos um pouco nossa bancada no parlamento europeu”.
Ainda de acordo com a representatividade do Partido Verde, o líder da bancada do PV, Sarney Filho, ressaltou em sua fala que, apesar do PV ser minoria dentro do Congresso, hoje quem defende a causa ambiental, indígena, quilombola, homofóbica, é o Partido Verde. “Nosso partido tem liderado as discussões, apesar de sermos uma bancada pequena mas, no que diz respeito à questões programáticas no desenvolvimento socioambiental, estamos conseguindo manter nossa representatividade”, lembrou Sarney Filho. Para ele, o Congresso não representa a vontade do povo e o PV precisa se mobilizar para que essa representação seja legítima.
O ex-candidato à presidência pelo PV, Eduardo Jorge, ressaltou a importância da liderança do Sarney Filho para manter viva a bancada no Congresso Nacional. Para Eduardo Jorge, as manifestações refletem o pensamento da população e, como mostrou a pesquisa de Carlos Eduardo sobre as impressões da população sobre o Partido Verde, as pessoas querem ser ouvidas. “É muito importante cumprir o que prometemos ou ao menos manter as posições que o PV defendeu durante as campanhas”, ressaltou Eduardo. Com relação a reforma política, Eduardo acredita que o ‘distritão’ é perigoso, pois não tem nenhuma qualidade do voto distrital, mas tem todos os defeitos, por ser “o reino do personalismo e vai acabar com o que resta de Partido no Brasil”.
O secretário de Comunicação do Partido Verde, José Carlos Lima, defendeu que o PV deve ser um partido necessário para a população e não só internamente. “Ganhar significa conquistar a sociedade”, ressaltou José Carlos. A sociedade deve entender que esse jeito de governar está péssimo. “Pedimos o impeachment do Presidencialismo no Brasil”, finalizou.
Partido Verde
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José Carlos Lima Secretário Nacional de Comunicação do PV