Um estudo cientifico, publicado no início desta semana, realizado com 300 mil pessoas residentes em nove países europeus, chegou a conclusão que há uma ligação entre poluição do ar e o câncer de pulmão. A estimativa é que mais de dois milhões e meio de pessoas morrem no planeta pelos efeitos da poluição do ar.
Foram analisados os efeitos a longo prazo da poluição do ar sobre a saúde pública na Europa. O trabalho envolveu 17 grupos, num total de 312.944 pessoas, com idade entre 43 e 73 anos, entre homens e mulheres da Suécia, Noruega, Dinamarca, Holanda, Reino Unido, Áustria, Espanha, Grécia e Itália. Entre as cidades europeias, Roma e Turim são as que apresentam os maiores níveis de poluição.
Pessoas recrutadas no início da década de 90 foram observadas por um período de 13 anos. Da amostra monitorada, 2.095 pessoas desenvolveram câncer de pulmão. A poluição foi medida, em grande parte devido às emissões de motores à combustão interna, equipamentos de aquecimento e atividades industriais. O estudo concluiu que, para cada aumento de 10 microgramas de PM10 por metro cúbico no ar, o aumento de risco de câncer de pulmão é próximo à 22%.
Para o presidente Partido Verde Italiano (Federazione Dei Verdi), Angelo Bonelli, “a poluição é uma guerra de verdade, com resultados dramáticos, completamente ignorada pelos governos. Há décadas os Verdes lutam para aumentar o investimento em transportes públicos e para viabilizar a introdução progressiva de veículos elétricos e híbridos nas cidades, mas, infelizmente, a resposta é sempre a mesma. Porém, nossa proposta continua: É necessário uma legislação que leve à abolição do motor à combustão interna, e o limite é 2030. Eliminar o motor à combustão interna não é apenas garantia de ar limpo nas cidades.
Também é uma forma de retomar a geração de empregos em um setor (indústria automobilística) que está em crise e começa a entrar em colapso. Por outro lado, a produção do avião militar F-35, na Itália, é um verdadeiro “tapa na cara” de todos os cidadãos que adoecem por causa da poluição nas cidades. Porque, com 8 bilhões de euros (o F-35 vai gastar 15), poderíamos construir 90 km de ferrovias subterrâneas, 621 km de veículos leves sobre trilhos e comprar 23 mil ônibus ecologicamente corretos, revolucionando a mobilidade e limpando o ar dos venenos que a poluição acarreta.
Fonte: Federazione Dei Verdi