O governo buscou responder às críticas que o país vem sofrendo na conferência do clima de Durban, a COP-17, devido ao Código Florestal.
Os dados surpreenderam ao governo: o Deter, o sistema de alerta em tempo real do Inpe, apontava que, neste ano, haveria um aumento de 15% na taxa de desmate que seria dada pelo Prodes (Projeto de Monitoramento do Desflorestamento na Amazônia Legal).
Diante da suspeita de má notícia, o Planalto tinha decidido divulgar os dados só depois da COP-17, que acaba no próximo sábado (9).
Mas o refinamento dos dados mostrou que houve queda de 11% no desmatamento em relação aos 7.000 km2 derrubados em 2010, que já eram a taxa mais baixa da história.
A queda em si resultou de uma reação: após o desmate explodir em abril, o Ibama segurou as motosserras em Mato Grosso. Já em Rondônia, onde o desmatamento dobrou entre 2010 e 2011, a reversão na queda resultou de uma ação do próprio governo: a construção das novas hidrelétricas do rio Madeira.
É a primeira vez desde a criação do Deter, em 2004, que os dois sistemas do Inpe dão tendências opostas.
A divergência se deve ao tipo de imagem captada pelo Deter. O sistema só detecta desmatamentos grandes.
A diferença entre esse sistema e o Prodes fica em torno de 15% a 20% –portanto, os 6.238 km2 da estimativa de desmate divulgada anteontem estão na margem de erro. Quando os números forem consolidados, no ano que vem, essa estimativa deve ser revisada para cima.
Fonte : Folha de S.Paulo