Mineiro de Juiz de Fora, o escritor, jornalista e ex-deputado federal pelo Rio de Janeiro retorna à capital para lançar o livro Onde Está Tudo Aquilo Agora? Minha Vida na Política. Parte da obra conta sua passagem por Belo Horizonte, onde viveu dos 21 aos 23 anos. Nesse período, trabalhou nos jornais Binômio, Última Hora e Correio de Minas, e ganhou amizades para toda a vida. Entre elas, a do escritor Ivan Angelo. Aqui também conheceu sua primeira mulher, Marília Abreu. Nostálgico, Gabeira não poupa elogios à terrinha. “Foi uma época exuberante em muitos aspectos: afeto, farras e discussões intelectuais”, escreveu.
Qual a sua visão da Belo Horizonte de hoje?
A cidade cresceu muito. Sempre foi um ponto intermediário do êxodo nordestino, e grande parte da população que migrava para o sul acabou ficando por aqui. Tenho vindo pouco para desfrutar, geralmente estou cumprindo agenda, mas quero em breve passar tempo suficiente para conhecer a nova geração de intelectuais, os estádios de futebol e o circuito de bares.
Quando passa por aqui, costuma frequentar os mesmos lugares?
Da última vez que vim, fui à Cantina do Lucas, no Edifício Maletta, ver o seu Olympio (morto em 2003), o garçom mais velho da cidade. Mas aquele reduto já não tinha o mesmo peso que na nossa época, quando toda a turma de intelectuais transitava por ali. Era o lugar da moda. Depois que o eixo se deslocou para a Savassi, a região que frequentávamos acabou decadente. Mas é bom saber que agora ela tornou a acomodar bares novos e interessantes.
Tem outros planos envolvendo a capital?
Agora que faço trabalhos com vídeo, pretendo filmar BH, para depois apresentar a cidade, as pessoas e os lugares.
Fonte : Revista Veja/BH