Você sabia que sua alimentação pode contribuir para o planeta de diversas maneiras?
De acordo com dados da Universidade de Oxford, em pesquisa realizada em julho do ano passado, os produtos de origem animal impactam de forma negativa no meio ambiente e contribuem para o desperdício de água e aumento da emissão de gases de efeito estufa, por exemplo.
Pensando nesses mecanismos, além conservar o meio ambiente, quem adota o veganismo ou o vegetarianismo como dieta alimentar, consequentemente também luta contra a violência animal, revelando ao mundo outras maneiras de comer por meio de um novo estilo de vida.
A pesquisa mais recente realizada no Brasil em abril de 2018, mostra que 14% dos brasileiros se considera vegetariano ou vegano, que estimava-se ser um número de aproximadamente 30 milhões de pessoas.
Pensando nisso e pensando VERDE, que o Partido Verde juntamente com seus filiados também defende esta frente. Como é o caso da Secretária Estadual da Mulher de São Paulo, Mônica Buava, que atualmente também é ativista e Diretora Executiva na Sociedade Vegetariana Brasileira – SVB.
Segunda Sem Carne
No caso de Mônica – que também é responsável pela campanha “Segunda Sem Carne” no Brasil – a dieta vegetariana ganhou início quando ela ainda era adolescente, no ano de 2002.
“Após virar vegetariana, vi os resultados na minha vida, no meu relacionamento com as pessoas, no meu entendimento, na tolerância e como as pessoas se abriam muito mais”, explica ela.
Já a ideia de promover a campanha “Segunda Sem Carne” no país, aconteceu em 2004, quando ela tornou-se diretora executiva na SVB.
“É muito diferente você perguntar para alguém ‘você topa todos os dias mudar sua alimentação? Ou você consegue um dia trocar proteína animal pela proteína vegetal?’, mas essa é uma causa importante e as pessoas estão se conscientizando em salvar os animais”, declarou a ativista.
Para quem não sabe, a “Segunda Sem Carne” mais que uma iniciativa é um convite para a população trocar a proteína animal pela vegetal todas as segundas-feiras da semana, oferecendo três objetivos: O primeiro contato com o mundo vegetariano, com alimentação baseada em vegetais e descobrindo novos sabores; auxiliando as pessoas a reduzir o consumo de carne; e colaborar com os grandes refeitórios, sejam eles públicos ou privados, a reduzirem o seu consumo de carne, como em escolas e restaurantes populares ou até mesmo em refeitórios de indústrias e empresas, contribuindo com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 da ONU.
Adeptos ao vegetarianismo
O Segunda Sem Carne também foi a porta de entrada da Secretária Nacional de Organização, Carla Piranda, ao vegetarianismo. Ela conta que adotou o estilo alimentar há quatro anos, mas que não foi fácil o processo de transição.
“Fui parando de comer carne todas as segundas-feiras, pois a prática de comer carne me incomodava, mas ainda não era o suficiente para largar algo que eu queria deixar, mas no fundo gostava muito. Mas com o passar do tempo fui me conscientizando e comer carne já não era algo que eu queria para minha vida”, afirma a secretária.
Ela define o momento definitivo da transição como um “empurrão”, que não levou apenas ela à dieta vegetariana, mas também seu filho Marco Rocco, Secretário de Juventude do Rio de Janeiro, quando juntos, eles decidiram em março de 2020, parar de consumir totalmente o consumo de carne.
Atualmente, mãe e filho consomem proteínas vegetais a partir de ervilha, grãos de bico e outros, descobrindo novos sabores e possibilidades: “Descobrimos misturas e sabores incríveis. Hoje em dia é muito tranquilo para quem gosta do sabor da carne, mas não quer comer bicho morto fazendo a transição para o vegetarianismo, pois há no mercado uma série de opções vegetais com o gosto se não igual, bastante parecido”, concluiu Carla.
Transição alimentar
No caso de André Fraga, que é vereador pela cidade de Salvador (BA) e membro da Diretoria Nacional do PV, aos poucos vem adotando o vegetarianismo em sua rotina. E para ajuda-lo nesta mudança, ele afirma que o Segunda Sem Carne tem sido fundamental no processo.
“Todo mundo que atua na questão ambiental, que luta por essa causa, começa a ter certos conflitos, avaliar o seu modo de vida. E quando a gente estuda estas questões que vão desde os impactos dos alimentos em nossos corpos, a forma como os animais são criados, tudo isso vai nos pressionando a mudar de estilo de vida. Eu comecei com a Segunda Sem Carne e hoje vou além, dando um passo de cada vez até conseguir chegar no fim desse processo. Ainda não me identifico como vegano ou vegetariano, pois ainda estou na fase de redução, mas já passei até 15 dias sem comer nenhum tipo de proteína animal, o que para mim tem sido um grande avanço”, afirmou o vereador.
Veganismo e Vegetarianismo
Aproximadamente 46% da população brasileira já deixou de comer carne pelo menos uma vez por semana, graças ao Segunda Sem Carne, segundo a SBV.
Porém, ainda existem muitos tabus que questionam o valor nutricional das dietas vegetarianas e veganas acerca das proteínas. O que para nutricionista especialista em nutrição vegana e vegetariana, Marina Izabel, nada mais é do que um conjunto de aminoácidos que podem ser encontrados de várias formas em uma alimentação.
“O arroz e o feijão juntos, por exemplo, formam uma proteína completa. Grãos como soja, feijões, grãos de bico e ervilha também têm uma grande quantidade de proteína, assim como os derivados da soja e o tofu, que é uma ótima fonte também. Na dieta vegetariana e peganha é importante sempre ter uma quantidade bem variada de alimentos para conseguir ter todos esses aminoácidos que o nosso corpo precisa para conseguir funcionar direito”, afirma a especialista.
Os principais tipos de vegetarianismo são: Ovolactovegetarianismo: utiliza ovos, leite e laticínios na sua alimentação; Lactovegetarianismo: utiliza leite e laticínios na sua alimentação; Ovovegetarianismo: utiliza ovos na sua alimentação; Vegetarianismo estrito: não utiliza nenhum produto de origem animal na sua alimentação.
Porém, desde sua fundação, a SVB preconiza o vegetarianismo estrito, que é um modo de viver (ou poderíamos chamar apenas de “escolha”) que busca excluir, na medida do possível e praticável, todas as formas de exploração e crueldade contra os animais – seja na alimentação, no vestuário ou em outras esferas do consumo.
Contribuições para o meio ambiente
Conforme o Projeto Colabora, site de jornalismo brasileiro independente sobre desenvolvimento sustentável, cada cabeça de gado libera entre 70 e 120 quilos de metano na atmosfera por ano. O metano é um gás de efeito estufa, como o dióxido de carbono (CO2), mas seu impacto negativo no ambiente é 23 vezes maior. Ou seja, a liberação de 100 quilos de metano equivale à liberação de 2.300 kg de CO2 por ano. Comparando, isso equivale à queima de 1.000 litros de gasolina.
Ainda segundo o Projeto, há outro fator importante, a compaixão e a forma como os animais são tratados, pois eles são mantidos em esquemas brutais de confinamento e suas mortes são brutais.
Fonte: SVB/ IBOPE 2018/ Projeto Colabora