Várias cidades brasileiras resolveram tomar uma medida extrema: vão cancelar o Carnaval para não piorar a falta d´água.
O nível baixo do ribeirão que abastece Itapecerica prejudicou uma tradição em Minas Gerais: a prefeitura cancelou o Carnaval porque no fim do ano passado as torneiras chegaram a secar, e o movimento de turistas poderia trazer de volta o problema para os moradores.
Paracuru, no litoral oeste do Ceará, não vai ter as bandas que animam a festa há 40 anos. A concessionária de água do estado alertou que a visita dos foliões pode levar o abastecimento a um colapso.
No interior de São Paulo, as escolas de samba de Araras não vão poder usar as fantasias que já estão prontas. Os desfiles foram cancelados pela prefeitura para economizar água, que já é racionada desde outubro.
“Não concordo, porque acredito que não seria o Carnaval que iria influenciar no racionamento de água”, afirma o presidente de escola de samba Pepe Carrascosa.
Em Cordeirópolis, os moradores enfrentam o racionamento desde abril do ano passado. Para evitar o gasto excessivo de água o Carnaval também foi cancelado. A cidade recebe em média 10 mil visitantes por noite para os desfiles de escolas de samba e os blocos de rua. A prefeitura ficou preocupada com o impacto que o movimento poderia trazer para o consumo.
Na principal represa da cidade, a água nem chega até a régua usada para medir o nível. “As pessoas vindo para a cidade acaba aumentando o consumo de água, e isso prejudica o próprio município, que está enfrentando hoje um grave problema de água”, afirma o secretário Giovane Genezelli.
O coordenador de um bloco concorda com a decisão. “No outro dia a prefeitura tem que estar com o caminhão de água para estar lavando, então se já não tem água para a população como que vai usar água para a ficar lavando rua?”, questiona Sidney da Costa.
Nem os comerciantes que esperavam lucrar com a venda de fantasias perderam o humor. “É melhor que deixe o Carnaval para quando tiver água e a gente ficar com água em casa”, completa uma comerciante.
Fonte : G1