Universidade quer um vestibular no qual “a sociedade se veja representada”. Mudanças serão aplicadas a partir de 2019.
A Unicamp (Universidade de Campinas) adotará um sistema de cotas para pretos e pardos e criará um vestibular indígena. A decisão histórica foi aprovada na última terça-feira (21) pelo Conselho Universitário (Consu) da universidade. As medidas serão aplicadas a partir de 2019 e foram divulgadas no site da universidade.
O sistema de cotas étnico-raciais reservará 25% das vagas disponíveis da universidade para candidatos autodeclarados pretos e pardos. Destas vagas, 15% deverão ser preenchidas por quem optar pelas cotas no vestibular tradicional da Unicamp e outras 10% vão para candidatos que optaram pelo Enem e se autodeclararam pretos e pardos.
Já o vestibular indígena será facultativo nos primeiros dois anos após a implementação e tem como objetivo oferecer duas vagas em cada um dos primeiros 16 cursos ofertados. Ao total, 32 vagas nas graduações da Unicamp estarão abertas aos estudantes indígenas.
Além das cotas e do vestibular indígena, o Consu aprovou mudanças em seu programa de inclusão social. Agora, haverá uma concessão de bonificação adicional (20 pontos na primeira e segunda fase do vestibular) para candidatos que cursarem o ensino fundamental II em escola pública. No sistema atual, apenas candidatos que realizaram o ensino médio em escola pública tem direito à pontuação extra.
Com a reformulação, estudantes poderão entrar na Unicamp por meio do vestibular tradicional, que será responsável por 80% das vagas, ou pela nota do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), que deve beneficiar 20% dos estudantes.
O objetivo das mudanças, segundo o reitor Marcelo Knobel, é fazer com que “a sociedade se veja representada na instituição”. “Daremos início a uma nova etapa, que incluirá a criação da Secretaria de Ações Afirmativas, Diversidade e Equidade, instância que cuidará de questões como acompanhamento e permanência estudantil”, disse o reitor.
Fonte: HuffPost Brasil