Bruno Torturra e Pablo Capilé, idealizadores do Mídia Ninja, falam sobre o coletivo de jornalismo
Ninja é a sigla para Narrativas Independentes, Jornalismo e Ação. O jornalismo é feito com ativismo, mas sem ligações diretas com partidos políticos. Eles criticam a imprensa convencional pela falta de imparcialidade e dizem que a ideia é disseminar essa nova forma transmitir a notícia – segundo eles, sem filtro. “Um dos objetivos é se tornar desnecessário”, diz Capilé.
Sobre os rumores de ligação com partidos políticos, o produtor afirma: “Não somos organizados por partidos, não somos financiados por partidos e não nos encontramos apenas com o PT”. Pablo explica que o que fazem é procurar diálogos com representantes que estão dispostos a ouvi-los.
Nas mãos, um celular potente, na mochila, um notebook para servir de bateria e a cara e a coragem de ir atrás da informação: assim trabalha um Mídia Ninja. “Ele toca reto nem que tenha que ficar de frente com a tropa de choque numa manifestação. Um Mídia Ninja não recua”.
O trabalho dos jornalistas independentes ainda é visto com receio na mídia tradicional e Torturra diz que acha curioso as pessoas ainda questionarem se o que fazem é jornalismo. “O que pode ser discutido é a forma como ele é feito”.
O coletivo pretende agora ampliar o alcance e conseguir mais estrutura para trabalho. Para isso, o primeiro passo será lançar uma campanha de financiamento coletivo para oferecer um serviço de agência pública. Outras iniciativas que o coletivo terá em breve será outra campanha para financiamento, mas direcionadas as reportagens especiais. “Confiamos que o leitor tem que passar da sua passividade. Ele também pode financiar isso”, afirma Bruno. Assinaturas de baixo valor e site com conteúdos além de coberturas ao vivo também estão na lista.
Estiveram na bancada de entrevistadores Suzana Singer, ombudsman da Folha de S. Paulo; Alberto Dines, editor do site e do programa Observatório da Imprensa; Eugênio Bucci, colunista d’O Estado de S. Paulo e da revista Época; Wilson Moherdaui, diretor da revista Telecom; e Caio Túlio Costa, professor da ESPM e consultor de mídia digital.
O programa foi conduzido por Mario Sergio Conti e contou com a participação fixa do cartunista Paulo Caruso.
Fonte: TV CULTURA