Que caminho queremos seguir? Energia limpa, com respeito à natureza, mais qualidade de vida para as pessoas e menos emissão de gases de efeito estufa, ou energia suja, com exploração desenfreada dos recursos naturais, queima de combustíveis fósseis, poluição e aumento da temperatura global? Esta foi a pergunta que os jovens do Engajamundo fizeram aos participantes da reunião prévia à COP de Marrakesh nesta segunda-feira, no anexo 2 do Ministério das Relações Exteriores.
A ação teve como objetivo chamar a atenção da contradição entre o que o país promete nas negociações internacionais de clima e o incentivo às térmicas a carvão, recentemente aprovado no artigo 20 da MP 735/2016 (agora chamada de Projeto de Conversão 29/2016).
“O carvão é o combustível fóssil mais poluente que existe. Se o Brasil quer realmente cumprir a meta de redução de emissões a que se propôs no Acordo de Paris, não pode continuar por este caminho. Precisa incentivar energias limpas, como solar e eólica – e não carvão”, comenta a coordenadora-geral do Engajamundo, Raquel Rosenberg.
Após a ação no Itamaraty, o grupo se dirigiu para a frente do Congresso. Nos cartazes, cada lado da seta remetia a um resultado. Na energia limpa, brilho. Na energia suja, o negro do carvão. A mensagem principal, “Não Suja, Temer”, foi mais um apoio à carta escrita por dezenas de organizações solicitando que o presidente brasileiro vete o artigo 20 do projeto.
“Existem várias medidas em prol de energias renováveis que estão no Congresso esperando aprovação. Enquanto isso, o incentivo a uma forma ultrapassada e poluente de geração elétrica foi colocado de forma silenciosa em um texto com outra finalidade”, complementa Raquel.
O texto, depois de ter sido aprovado com muito tumulto no Senado, foi encaminhado para a apreciação presidencial. Michel Temer tem até o dia 3 de novembro para decidir se veta ou não alguma parte do Projeto, cuja finalidade inicial era preparar o setor elétrico para a privatização.
Fonte : WWF Brasil