“Ele é alerta, utilizado para contribuir para os órgãos de fiscalização realizar operações para combater o desmatamento de forma imediata”, afirma o engenheiro ambiental Antônio Victor Fonseca, pesquisador do Imazon.
É verdade que o SAD apresenta a redução de 21% no desmatamento entre agosto de 2016 e julho deste ano, na comparação com o mesmo período do ano passado. Mas ele usa metodologia e imagens de satélites diferentes dos usados pelo Prodes, sistema do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) para fazer o cálculo oficial do desmatamento.
O Prodes usa imagens da classe Landsat, com resolução espacial de 20 e 30 metros (ou seja, a área equivalente a cada ponto do mapa) e intervalos de pelo menos 16 dias. A vantagem é que conseguem mapear áreas menores do que os sistemas de alerta, com 6,25 hectares.
O SAD é um sistema as mesmas imagens do sensor MODIS, no satélite Terra, Agência Espacial Americana, a Nasa. É o mesmo usado por outro sistema de monitoramento do Inpe, o Deter, que também serve para alertas. Mas o SAD é um sistema semiautomático.
Com resolução espacial de 250 metros, detecta apenas cortes na floresta em áreas maiores do que 25 hectares. Além de ter menor resolução, sofre grande influência da cobertura de nuvens, que impedem a medição. A vantagem é a atualização diária das imagens.
Antônio Victor Fonseca aponta outra razão para críticas ao discurso do presidente Temer, as iniciativas do governo federal e do Congresso que reduzem ou reduzem o nível de proteção de Unidades de Conservação. “Tem vários poréns, como o crescente desmatamento em áreas protegidas”, afirma o engenheiro ambiental.
Ele destaca também que julho teve um nível de desmatamento bem perto do ano passado. Até outubro, quando ocorrem menos chuvas na região, o período historicamente com maior derrubada de árvores.
O Inpe ainda não divulgou os dados deste ano, mas a tendência vista até agora é de redução em relação ao ano passado. A consolidação da taxa de desmatamento de 2016, apresentada no final de agosto, trouxe um aumento de 27% em relação ao ano anterior. E em 2015, já havia sido registrado aumento na área desmatada na Amazônia.
Fonte: O Eco