O deputado estadual Rasca Rodrigues (PV) alertou, nesta terça-feira (20), para os perigos que o uso do fracking na exploração do gás do xisto representa para a vida e o meio ambiente no Paraná. “Às vezes me parece que ninguém está entendendo o que está acontecendo. As pessoas não estão percebendo que o fracking pode ser o indutor da maior catástrofe ambiental no Paraná, na mais importante região de produção agrícola, a da agricultura familiar e do Aquífero Guarani. É urgente que a sociedade se mobilize contra esta ameaça”, disse ele.
O deputado participou de um evento promovido pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR), por meio do Centro de Apoio Operacional às Promotorias (CAOP) de Proteção ao Meio Ambiente, que teve o apoio de entidades ambientalistas e de movimentos sociais, com objetivo de discutir os riscos decorrentes do uso da tecnologia do fracking, que é considerada uma das formas ambientalmente mais agressivas de produção de energia.
Rasca explicou aos participantes que a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Assembleia Legislativa do Paraná aprovou, no dia 6 de maio, o projeto de lei 373/2013, que prevê uma moratória de cinco anos na exploração do gás de xisto no Paraná pelo processo de fraturamento hidráulico, como também é conhecido o fracking.
“Esta foi uma primeira vitória. Mas ela só será verdadeira se aprovarmos a lei no plenário da Assembleia. E isso só acontecerá se houver pressão da sociedade. Se as galerias estiverem cheias e os deputados sentirem que esta é uma pauta e causa da sociedade paranaense que não aceita o uso do fracking no Paraná”, declarou Rasca.
O deputado reafirmou que o fracking é um método polêmico e que não tem seus impactos devidamente estudados. Também que já foi proibido em diversos países e é apontado como responsável por causar danos ambientais irreversíveis. “Não podemos negligenciar as consequências sociais, econômicas e ambientais deste tipo de processo de extração que precisa ser mais bem estudado.”
LEILÃO ANP – No Paraná, o leilão de concessão dos 14 blocos de gás localizados no nas regiões Oeste, Sudoeste e Noroeste foi feito pela ANP (Agência Nacional de Petróleo) no dia 28 de novembro de 2013. Seis empresas adquiriram concessões de 11 blocos. “São 123 municípios com as terras mais férteis do Paraná. Precisamos aprovar o projeto da moratória. Não podemos correr o risco de contaminar os aquíferos Guarani, Bauru e Serra Geral, que são indispensáveis para a nossa sobrevivência, dos nossos rios e da vida em geral. A água é o bem mais preciso hoje e será ainda mais no futuro”, disse Rasca.
Fonte :PV.PR