Movimento do país árabe, arrasado por uma guerra civil, foi anunciado por delegados na COP23 e torna Donald Trump o único governante do mundo a rejeitar o pacto climático
ARTHUR NIELSEN
DO CLIMATE HOME, EM BONN
A Síria anunciou que assinará o Acordo de Paris na COP23, a conferência do clima de Bonn, o que significa que os EUA ficarão sozinhos se deixarem o pacto global para evitar a catástrofe climática.
A declaração foi feita por um delegado sírio na sessão plenária da conferência, nesta terça-feira (7).
Desde 2012 a Síria está mergulhada numa guerra civil sangrenta, que já matou 300 mil pessoas. As emissões de gases-estufa do país em 2011 eram de 88,19 milhões de toneladas – ou 0,19% do total mundial, segundo o Usaid.
A Nicarágua, que produz metade de sua energia por meio de fontes renováveis, também vinha resistindo a se juntar ao acordo do clima, por considerá-lo fraco.
Mas a pequena nação centro-americana mudou de posição no mês passado, deixando apenas dois países na oposição ao pacto. Agora só resta um.
Os EUA terão duas semanas solitárias na conferência de Bon, enquanto se preparam para sair do Acordo de Paris daqui a três anos.
Kelly Love, uma porta-voz da Casa Branca, teria comentado: “Como o presidente já disse antes, os EUA estão saindo a menos que consigamos entrar novamente em termos mais favoráveis ao nosso país”.
Safa’ Al Jayoussi, diretora-executiva da ONG IndyACT, disse que a delegaçãoo síria anunciou sua adesão ao acordo durante um encontro de um grupo de trabalho sobre o tratado de Paris. Ela afirmou que a organização entendeu que o governo sírio pretende tanto assinar quanto ratificar o acordo do clima nos próximos meses.
É importante notar, ela disse, que todos os 22 países árabes agora serão partes do acordo.
Paula Caballero, diretora global do World Resources Institute, afirmou: “Com a Síria a bordo, agora o mundo inteiro – à exceção de um país – está determinado a fazer progredir a ação climática. Isso deveria fazer o governo Trump refletir sobre seu anúncio irrefletido de sair do Acordo de Paris.”
Esta reportagem foi publicada originalmente no site Climate Home e é reproduzida pelo OC como parte de um acordo de conteúdo.
Fonte: Observatório do Clima