Divulgação BFN
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Jabuticaba: produto brasileiro
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Simpósio Internacional Biodiversidade para Alimentação e Nutrição, em Brasília, reúne experiências de quatro países no combate à fome.
PAULENIR CONSTÂNCIO
Com a participação de representantes do Brasil, Quênia, Sri Lanka e Turquia, acontece nesta segunda-feira (27/11) em Brasília, o Simpósio Internacional Biodiversidade para Alimentação e Nutrição. O evento promove a troca de experiências entre os países que sediam o Projeto Biodiversidade para Alimentação e Nutrição (BFN), da ONU Meio Ambiente. No Brasil, o projeto é coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA).
O BFN busca o uso sustentável da biodiversidade em programas que contribuam para a melhoria da segurança alimentar e da nutrição humana. Ao mesmo tempo, valoriza a importância alimentícia e nutricional das espécies relacionadas à biodiversidade agrícola e o resgate do valor cultural desempenhado no passado por muitas dessas espécies.
A secretária de Extrativismo e Desenvolvimento Rural Sustentável do MMA, Juliana Simões, que participa do evento, alertou que o conhecimento tradicional associado à alimentação corre o risco de desaparecer. “A alimentação dos povos indígenas e comunidades tradicionais está sendo substituída por outros alimentos”, disse. Juliana Simões ressaltou que, frente aos efeitos da mudança do clima, é necessário “valorizar os produtos da sociobiodiversidade e o conhecimento tradicional que é estratégico para a segurança alimentar”.
CONSERVAÇÃO
Já o secretário de Biodiversidade do MMA, José Pedro de Oliveira Costa, destacou a importância da relação entre a segurança alimentar e a conservação da biodiversidade. Segundo ele, em um país megadiverso, como o nosso, os mecanismos de proteção da biodiversidade estão ligados às comunidades. O secretário citou os programas do ministério, como o Áreas Protegidas da Amazônia (Arpa) e o Corredores Ecológicos, como exemplos da participação das comunidades na conservação da biodiversidade.
Patrícia Gentil, do Ministério do Desenvolvimento Social, ressaltou a importância da sociobiodiversidade na agenda de segurança alimentar. “O Brasil conseguiu sair do mapa da fome em 2014 e temos o desafio de permanecer fora dele”, salientou. Ela destacou os programas do governo federal, envolvendo 20 ministérios, na agenda da segurança alimentar e nutricional. Patrícia Gentil também defendeu a produção alimentar mais saudável e adequada, que considerou um dos principais itens da segurança alimentar.
MENSAGENS
Participaram, ainda, por meio de vídeos pré-gravados, o secretário-geral da FAO (Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação), Francisco Graziano; e o diretor-executivo da ONU Erick Solheim. Eles defenderam a segurança alimentar e a preservação da biodiversidade como fundamentais para o combate à fome no mundo. Para Graziano, a segurança alimentar “é uma responsabilidade coletiva”. Já Solheim destacou que “cuidando da natureza, a natureza cuida das pessoas”.
O simpósio continua nesta terça-feira (28/11), restrito para convidados. A programação conta com a apresentação de publicações e outras importantes ferramentas de capacitação e de pesquisa. Entre elas estão: o Banco de Dados de Composição Nutricional da Biodiversidade; a coleção de publicações Plantas para o Futuro; o livro de receitas Biodiversidade do Brasil: sabores e aromas; e um curso online: Biodiversidade para Alimentação e Nutrição, o qual será aberto a todos os interessados.
Fonte: MMA