O Seminário “Caminhos para a Sustentabilidade em Mato Grosso do Sul”, promovido pela Fundação Verde Herbert Daniel (FVHD), no dias 16 e 17 de dezembro, em Campo Grande e Bonito – MS, discutiu diversos temas que levaram os participantes a refletir sobre a construção de alternativas para o modelo atual de desenvolvimento. As palestras trouxeram para o debate questões como “A utilização da web para a sustentabilidade”, “A formação social do Estado de Mato Grosso do Sul”, “Como alcançar a sustentabilidade” e “O movimento Felicidade Interna Bruta”.
O palestrante Flávio Fraga, diretor executivo da empresa Vizion – Gestão de Negócios Empresariais, falou sobre a relação entre a web e a divulgação da sustentabilidade, citando as vantagens que a internet possui, como maior alcance, baixo custo, velocidade de difusão, redes de relacionamento e mobilização. Ele apontou que o Brasil é o 1º colocado em tempo de navegação nas redes sociais e que Mato Grosso do Sul ocupa a 5ª colocação em número de usuários da internet entre todos os Estados do Brasil. “As redes sociais podem ser utilizadas como ferramentas de conscientização, participação e mobilização de indivíduos em prol da sustentabilidade”, frisou.
O Seminário também contou com a palestra “A formação social do Estado de Mato Grosso do Sul”, proferida pelo cientista social Paulo Eduardo Cabral, com o objetivo de apresentar o desenvolvimento histórico de Mato Grosso do Sul. Paulo Cabral destacou aspectos da história indígena no Estado, enfatizando que essa população passou por muito tempo ao largo da história no país, justamente em um período em que reclamavam por seus direitos. “Mato Grosso do Sul possui a 2ª população indígena do país e a falta de conhecimento sobre os índios é algo que foi socialmente construído. (…) A sustentabilidade deve considerar o aspecto humano. Não dá para ter sustentabilidade se você não cuida das pessoas”, afirmou.
O Diretor Técnico da FVHD e Ex-Deputado Federal (PV-SP), José Paulo Toffano, apontou caminhos para se alcançar a sustentabilidade em Mato Grosso do Sul. De forma dinâmica e interativa, ele citou exemplos de formas de conservação do meio ambiente, enfatizando os três “erres” da sustentabilidade: Reduzir, Reutilizar e Reciclar. “Reciclar leva a nossa medalha de bronze, porque é um processo longo, que demanda energia; Reutilizar é a nossa medalha de prata e permite o reaproveitamento de copos plásticos, papéis, água, entre outros; agora a redução é a nossa medalha de ouro – podemos reduzir o consumo de energia, de combustível, do lixo que utilizamos”. Toffano deixou como sugestões para Mato Grosso do Sul a colocação de paralelepípedos em ruas pouco movimentadas, que absorvem a água, a implantação de calçadas ecológicas e de painéis solares, além de ciclovias, que contribuem para a diminuição de problemas de saúde da população e ainda para uma menor poluição do meio ambiente.
A coordenadora do movimento Felicidade Interna Bruta (FIB) no Brasil, Dra. Madeline Susan Andrews, apresentou o conceito de Felicidade Interna Bruta e as ações desenvolvidas pelo movimento no Brasil. O FIB é um indicador sistêmico baseado na premissa de que o objetivo principal de uma sociedade não deveria ser somente o crescimento econômico, mas a integração do desenvolvimento material, com o psicológico, o cultural e o espiritual. Assim, o cálculo da riqueza deve considerar outros aspectos além do desenvolvimento econômico, como a conservação do meio ambiente e a qualidade de vida das pessoas.
Segundo Susan, as nove dimensões do FIB são: bem-estar psicológico, boa saúde, uso equilibrado do tempo, vitalidade comunitária, educação de qualidade, acesso à cultura, proteção ambiental, boa governança e bom padrão de vida. “O PIB (Produto Interno Bruto) está aumentando, mas será que estamos mais felizes? Nos Estados Unidos, o PIB cresceu três vezes, mas a felicidade da população diminui três vezes”, revelou. A psicóloga demonstrou estudos que indicam que quem é feliz, tem nove anos a mais de vida, lida melhor com situações difíceis, são mais bem sucedidos, tem melhores casamentos, etc. Ela também mostrou que estudos revelam que o dinheiro não traz felicidade. “A felicidade aumenta conforme a pessoa possui dinheiro para condições de sobrevivência, conforto e luxo, depois desse ponto o dinheiro não traz mais felicidade”.
O presidente do Partido Verde em Mato Grosso do Sul, vereador Marcelo Bluma, avaliou o Seminário como extremamente produtivo. “Esperamos reproduzir eventos dessa natureza em Mato Grosso do Sul para que o nosso Estado cresça cada vez mais e possamos levar à população as teses que defendemos. Nosso Estado precisa colocar em sua agenda a sustentabilidade para que tenhamos um futuro de qualidade”, afirmou.
Fonte : PV. MS