”Ontem a tarde, voltando do trabalho, assisti até o final a sessão STF já na madrugada de hoje.
Uma primeira observação. A democracia brasileira segue superando desafios difíceis mostrando uma razoável resiliência. Mesmo vozes roucas de caserna terrestre, inconvenientes, imprudentes, parecem mais um esforço para esvaziar alguns poucos oficiais demagogos. Por isto foi bom o contraponto da Aeronáutica recomendando mais constituição e “menos empolgação”.
O julgamento foi decidido nos pênaltis. Para mim poderia ter uma sombra política menor, porém nos dois lados algumas das justificativas de voto apresentavam argumentações que, para nós leigos de judiciário, pareceram bem fundamentadas. A controvérsia jurídica é real. Muitos especialistas independentemente de sua simpatia política têm posição diferente daquela que foi vitoriosa. Vejam por exemplo o Dr. José Afonso da Silva, 90 anos. (Já havia comentado isto na postagem facebook “ Encruzilhada no STF” 3/4/2018). De qualquer forma esta foi a decisão e deve ser respeitada como deveria ser se fosse o placar invertido , que aliás era uma possibilidade bem real também.
Como segue o jogo? Venho repetindo aqui que o PT vai manter o Lula candidato preso ou não, faça chuva ou faça sol. Ainda vai usar recursos e apelações aos tribunais, inclusive TSE. Não duvido que apele até para ONU ou Vaticano… E se, por acaso, seu nome não estiver na urna no primeiro ou no segundo turno, lá estará seu fantasma, seu prestígio inegável, na forma de um candidato “poste”. E não os subestimem, pois de certa forma esta estratégia teve êxitos recentes em 2010, 2012 e 2014.
Assim a democracia brasileira tem encontro marcado com um Lula real ou mitológico em outubro de 2018. O povo vai escolher o caminho que quer para o país.
Um sintoma novo: o relativo silêncio das grandes multidões nas ruas das cidades brasileiras tanto do lado lulista como anti-lulista. Mesmo num episódio tão importante como este do STF. Pode ser um sinal que começa a crescer uma consciência de que não será bom para o Brasil que tenhamos uma eleição radicalmente polarizada entre um Lula/ou seu “poste” e um Bolsonaro. Algo melhor deve estar sendo procurado pela maioria do povo.”