Tendo o fortalecimento da laicidade do Estado brasileiro como bandeira, a 9ª Parada da Liberdade LGBT de São Gonçalo, organizada pelo Grupo Liberdade LGBT de SG/Santa Diversidade (http://www.santadiversidade.blogspot.com), acontecerá no dia 16 de setembro dentro das comemorações pelos 122 anos do município. Com concentração a partir das 15h na Praça do Zé Garoto, no Centro da cidade, o evento terá a participação da cantora e fenômeno do funk Valesca Popozuda, que por estar cada vez mais engajada na luta contra o preconceito e a discriminação a pessoas LGBT (gays, lésbicas, travestis e transexuais) foi eleita pela comunidade gay gonçalense como madrinha da Parada e celebridade que melhor representa a causa atualmente.
A passeata – que este ano protesta contra a crescente onda de violência contra pessoas LGBT devido à recusa dos parlamentares religiosos em discutir o projeto de lei de criminalização da homofobia, desrespeitando a laicidade do Estado – percorrerá as principais avenidas do Centro da cidade e terminará às 21h em frente ao Clube Mauá.
Espera-se um público superior a 60 mil pessoas, marca registrada nas últimas edições, que contaram com a presença e o apoio de artistas – como Ângela Bismarchi, David Brazil e a ex-BBB Priscila Pires e de políticos. Na edição deste ano, está confirmada a presença da secretária estadual da Diversidade do Partido Verde (PV), Dora Cordeiro, além do secretário estadual de Meio Ambiente, Carlos Minc.
As paradas são um instrumento político extremamente eficaz, uma vez que operam uma reordenação dos aspectos simbólicos e dos valores da nossa sociedade. Nas paradas, a palavra chave é VISIBILIDADE em massa, que se reverte em favor da luta pelos direitos sexuais de gays, lésbicas, travestis e transexuais. O crescimento no número de participantes a cada ano reflete a expansão e o fortalecimento de um campo social que respeita a diversidade sexual, reconhece as demandas do movimento LGBT como legítimas e sabe que já é hora de o país aprovar, a exemplo do racismo, a lei de CRIMINALIZAÇÃO DA HOMOFOBIA, fenômeno que todos os anos, devido à sensação de IMPUNIDADE, mata milhares de pessoas – só em 2012, segundo levantamento do Grupo gay da Bahia (GGB), até junho foram assassinadas 165 pessoas LGBT. Em São Gonçalo mesmo acompanhamos o recente caso do brutal assassinato do adolescente Alexandre Ivo, de 14 anos, morto em função de sua orientação sexual.
O evento terá ainda shows com as cantoras Simone Santó e Nana Terra (Banda Sakulejo) e muita música eletrônica com os djs Rodrigo Lima, Fabrício Guerra e Guilherme Summers. Reivindicar com música foi a forma adotada por gays de todo o mundo para atrair a visibilidade para a luta por direitos iguais e contra o preconceito, a discriminação e a violência. Afinal, como dizia a anarquista Emma Goldman, “De que me vale a revolução, se eu não puder dançar?”.
PV.RJ