O deputado Sarney Filho (PV-MA) foi eleito, nesta terça-feira (31), 2º vice-presidente da Comissão Especial da Crise Hídrica. O líder da Bancada Verde na Câmara dos Deputados e coordenador da Frente Parlamentar Ambientalista colocou-se à disposição da Comissão e apresentou os principais fatores que, em sua opinião, deverão ser discutidos para a compreensão do problema e de suas possíveis soluções. O parlamentar maranhense destacou suas ações para promover na Casa o debate sobre a crise da água. O Colegiado também elegeu os deputados Celso Pansera (PMDB-RJ), para presidente; Newton Cardoso Jr (PMDB-MG), 1º vice-presidente; Zé Silva (SD-MG), 3º vice-presidente; e Givaldo Vieira (PT-ES), relator.
“Tão logo assumi este novo mandato, propus a transformação do Plenário em Comissão Geral, para tratarmos deste assunto. Foi o primeiro ato. Depois, fizemos um café da manhã, pela Frente Parlamentar Ambientalista, também tratando deste assunto. E, por último, há uma semana, fizemos outro café da manhã, no qual passamos o filme A Lei da Água, Novo Código Florestal”, elencou o deputado. Ele elogiou o didatismo e a importância do filme e indicou que pedirá ao relator que promova uma exibição no âmbito da Comissão Especial.
Sarney Filho avaliou a crise da água como um tema de grande relevância e descreveu suas três causas principais. “No meu entender, envolve três linhas a serem percorridas, três vertentes. A primeira é a questão das mudanças climáticas, do aquecimento global, que faz com que os nossos eventos climáticos se tornem cada vez mais intensos, com secas mais prolongadas e chuvas mais intensas e em menor período, e a mudança do regime de chuvas. Também temos a questão dos nossos biomas. Essa crise que está se dando na região Sudeste, basicamente, é uma crise também da Mata Atlântica, é uma crise também da falta de proteção das matas ciliares, das nascentes, e acredito mesmo que poderíamos entrar nesse tema do reflorestamento e da ampliação das áreas de proteção. É um assunto sobre o qual a gente deveria se debruçar com certa urgência. Quero dizer que, hoje, plantar árvores nas margens dos rios, nas nascentes, não é somente uma ação que diz respeito à recuperação do nosso bioma, é também uma ação de adaptação às mudanças climáticas. Se nós tivéssemos protegido esses mananciais, se nós tivéssemos melhor protegido a Mata Atlântica, certamente essa crise existiria, mas não nessas proporções. Por último, terceiro vetor, é lógico, a falta de visão, a falta de gestão dos agentes públicos, que negligenciaram esse problema. Eu acho que esses três fatores somados resultaram nessa crise, e nós vamos nos debruçar aqui sobre esses três fatores. Acho que é um grande caminho para a gente começar uma discussão”, discorreu o deputado.
O líder verde lembrou ainda que o reflorestamento e a ampliação das áreas de proteção já foram objeto de um ofício seu aos governadores dos estados do Sudeste, que podem, legalmente, ampliar as áreas de proteção nos locais onde está ocorrendo a crise hídrica.
Fonte: Comunicação Lid-PV