Deputados e cientista querem evitar o início da exploração de gás de xisto no Brasil por cinco anos, devido aos riscos ao meio ambiente. O tema foi discutido em audiência do Centro de Estudos e Debates Estratégicos da Câmara.
O Coordenador da Frente Parlamentar Ambientalista, deputado Sarney Filho (PV-MA), concorda com a “moratória” de cinco anos: “O gás de xisto reconhecidamente produz poluição nos aquíferos. Nós temos o Guarani, que é um dos maiores aquíferos do mundo. Temos, recém-descoberto, o maior aquífero do mundo, debaixo de toda a Amazônia. Será que o Brasil precisa disso? O Brasil tem o petróleo do pré-sal, potencial hidrelétrico, potencial solar, potencial eólico. Fazer um leilão sem que a gente tenha noção dos estudos realizados é muito afoito e perigoso”, disse o parlamentar.
Também chamado de “gás não convencional”, esse produto é extraído do xisto, uma rocha metamórfica, que é fraturada por meio do bombeamento hidráulico. O Brasil pretende produzi-lo para suprir a demanda crescente por gás natural.
A Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) já marcou o primeiro leilão de blocos de gás de xisto para o fim de outubro, em bacias de rios como o Paraná e o Parnaíba, mas o doutor em geociências da Universidade de São Paulo Luiz Fernando Scheibe alerta que o Brasil ainda não tem estudos científicos que garantam a segurança dessa exploração sem afetar o meio ambiente e, principalmente, o lençol freático e os aquíferos do País.
Fonte : Bancada Verde