Um dia após a decisão da Presidente Dilma Rousseff vetar parcialmente a lei que propunha redistribuir os royalties do petróleo, parlamentares e representantes do Partido Verde (PV) do Rio de Janeiro realizaram um seminário em Macaé, no Norte do estado, para debater os impactos social e ambiental da economia do petróleo.
O evento ocorreu no sábado (1), no auditório do Senai, com a presença da deputada estadual Aspásia Camargo, do delegado da Polícia Federal Fábio Scliar e do deputado federal e prefeito eleito de Macaé, Dr. Aluízio. A mediação do evento foi do presidente estadual do PV, Fernando Guida.
A deputada estadual Aspásia Camargo comemorou a decisão da presidente Dilma, a qual considerou uma “boa notícia”. Ainda segundo opinou, com o veto parcial a “tragédia não vai se abater de imediato”. Apesar disso, Aspásia discordou de parte da decisão que vincula o investimento dos recursos à educação.
“A educação é importante, mas não é nada sozinha. Ela tem de vir junto com oportunidades de emprego, capacitação profissional, vocação econômica bem definida, saneamento básico”, afirmou.
Sustentabilidade’ (Foto: Divulgação)
O deputado federal e prefeito eleito de Macaé para o mandato de 2013, Dr. Aluízio destacou no evento a necessidade da promoção do desenvolvimento social de forma equilibrada. Para Aluízio o maior dano da exploração do petróleo é social e não ambiental. Segundo considerou, Macaé seria a “única cidade impactada pela indústria do petróleo no país”, onde, de acordo com o deputado, “tudo aconteceu muito rápido e as mazelas advindas desse crescimento são grandes”.
O prefeito eleito defendeu a necessidade do combate à pobreza e à miséria. “Levar água encanada, pavimentação, saneamento, educação de qualidade. Enquanto o cidadão não for mais respeitado, a sustentabilidade estará fragilizada”, considerou.
O delegado federal Fábio Scliar foi um dos mais incisivos. Ele atuou como investigador em casos como a poluição, por petróleo, do rio Guandu, em Duque de Caxias. Também no caso Chevron, maior acidente de derramamento de óleo na Bacia de Campos, em 2011. Para ele existe um mito sobre os royalties. “É preciso desfazer o mito de que os royalties são devidos a estados e municípios produtores por causa do risco futuro de desastre ambiental devido a acidentes”, afirmou. Para Fábio os royalties são compensação e os estados e municípios “credores dos valores”, pois, para ele, “a poluição e os danos ambientais são diários e não uma ameaça”.
O evento foi aberto ao público. Participaram professores, pesquisadores, políticos e jornalistas de municípios como São Francisco do Itabapoana, Rio das Ostras, Italva, Duque de Caxias, Rio de Janeiro e Nova Iguaçu.
Fonte : G1