“Em março deste ano, a Polícia Federal iniciou a operação Lava Jato, que tinha como principal foco investigar um grande esquema de desvio de dinheiro envolvendo a Petrobras, grandes empreiteiras do país e políticos.
Segundo as estimativas da polícia, o esquema desviou mais de R$ 10 bilhões em contratos superfaturados envolvendo diversas obras e aquisições da refinaria. Uma das primeiras prisões realizadas pela operação foi a do doleiro Alberto Youssef, que já havia sido preso outras nova vezes, uma delas, inclusive, por envolvimento no chamado caso Banestado.
A polícia começou então a investigar o envolvimento de Youssef com diversos empresários, diretores da Petrobras e políticos, entre eles, André Vargas, até então, vice-presidente da Câmara Federal.
Com as denuncias que começaram a surgir, o Conselho de Ética da Câmara, do qual faço parte, votou pelo inicio de um processo contra o deputado Vargas por quebra de decoro parlamentar – quando um deputado deixa de cumprir o Código de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara.
Após diversas reuniões, das quais fiz questão de comparecer a todas, em agosto deste ano, no Conselho, aprovamos o relatório que indicava a cassação de Vargas. A defesa do deputado entrou com um recurso na Comissão e Constituição e Justiça e de Cidadania da Câmara, onde também sou membro, e deliberamos por manter a indicação de cassação do Debutado.
Hoje, 10 de dezembro, após quase 8 meses em tramitação, no plenário da Câmara , com 359 votos favoráveis e um contrário, aprovamos o relatório solicitando a cassação do mandato do deputado federal André Vargas por quebra de decoro parlamentar.
A cassação de André Vargas é a primeira de um parlamentar supostamente ligado à operação Lava Jato, porém, o Supremo Tribunal Federal analisa uma lista com pelo menos 70 políticos que estariam envolvidos no esquema. De todos os crimes praticados, a corrupção no setor público talvez seja o mais vil, porque atinge de forma silenciosa e abrangente os mais pobres e vulneráveis.
Sigamos!”
Por Rosane Ferreira
Deputada Federal