Candelária – Cinelândia é o percurso mais típico nas passeatas do Rio. Se você deixar uns cartazes sozinhos na Presidente Vargas, vão marchar sozinhos em direção à Cinelândia.
Os prédios mais antigos como o Municipal e a Biblioteta presenciaram o desenrolar de grande parte da história moderna brasileira.
Ali na Cinelândia, ouvimos os primeiros tiros no golpe militar, em 64. A Candelária venceu a Cinelândia nas diretas e passou a ser o centro. Era preciso espaço para acomodar um milhão de pessoas.
De um ponto de vista simbólico, o trecho Candelária deveria ser tombado como uma espécie de cenário da história moderna brasileira, tal como foi vivida pelos cariocas.
As manifestações recentes diversificaram os rumos tradicionais. Uma delas foi para a Prefeitura, outra para a sede da Fetranspor, outra para o Maracanã.
A dimensão dos protestos foi tão grande, tão diversos os temas, que a Candelária e a Cinelândia não deram conta de abarcar.
Mas elas sempre foram os pontos de referência, o lugar seguro para concentrar gente. Estão ali para isso, uma referência da nossa história moderna, uma espécie de berço de asfalto para os lutas que empurram o Brasil para a frente.
Fernando Gabeira
Artigo publicado no jornal Metro em 01/07/2013
Fonte – PV.RJ