Um evento como os Jogos Olímpicos, em tese, deveria proporcionar mudanças significativas em suas cidades sede. Como provocou em Londres, Beijing, Barcelona e Sidney.
Por aqui, nossas autoridades exaltam o evento. Normal. Quem pode se levantar contra um acontecimento que colocará o Rio de Janeiro no centrodo mundo? No entanto, em nome das Olimpíadas, nossos gestores fazem dele tristes arranjos ambientais. Nós, ambientalistas, não sabemos como barrar esses acordos para defender o patrimônio ambiental dessa cidade.
Os focos se multiplicam:
1. Porto em Y – sua localização dará ao Porto Maravilha um paredão de 60 metros que barrará a visão do Museu do Amanhã, além de impedir a visão da Baía de Guanabara do Mosteiro de São Bento, por exemplo.
2. Lagoa de Jacarepaguá – estão canalizando o rio, uma política erradicada nos países desenvolvidos, que faz apenas o côco andar mais rápido .. Não há
previsão de tratamento de esgoto, possibilitando assim um novo assoreamento.
3. Baía de Guanabara – mais um projeto de despoluição incipiente, modesto, entregue aos mesmos interesses que manobraram o PDBG durante todos esses anos.
Resultado? A Baía de Guanabara é e continuará sendo um lixo.
4. Floresta de Deodoro – querem construir o autódromo em uma área de preservação ambiental! Escolheram a dedo o lugar que mais merece ser preservado!
5. Campo de golfe – o poder municipal aumentou on gabarito em frente ao local, permitindo a construção de um prédio de 22 andares!
6. Marina da Glória – o projeto encabeçado por Eike Batista recebeu aval do IPHAN. Acreditem .. aval para se construir no local um prédio de cinco andares.
Não dá para segurar. É o estresse ambiental! O que me choca é ver como as autoridades estão no mínimo indiferentes a qualquer possibilidade de negociação e optando sempre pelo pior em matéria de meio ambiente. Preocupa-me o fato de estarmos perdendo a chance de fazer desse evento, de fato, um catalisador de boas mudanças para o Rio de Janeiro, se tornando um evento destruidor do meio ambiente.