ida como grande referência da religiosidade afro-brasileira, além de militante da causa negra e dos direitos humanos, a ialorixá Beatriz Moreira Costa, a Mãe Beata de Iemanjá, morreu neste sábado, aos 86 anos, em Nova Iguaçu, Baixada Fluminense. O filho da religiosa, Adailton Moreira, confirmou a morte da mãe em sua conta no Facebook, mas não informou a causa.
Nascida em Cachoeira de Paraguaçu, na Bahia, em 1931, Beatriz vivia no Rio de Janeiro desde 1969, quando se separou do marido. Iniciada no candomblé em 1956, ela fundou o terreiro Ilê Omi Oju Arô em 1985, no bairro Miguel Couto, em Nova Iguaçu.
O terreiro logo se tornou referência de religião e de direitos sociais: no local eram promovidas ações de combate à intolerância religiosa, à discriminação racial e de gênero, à violência contra a mulher, de saúde e defesa do meio ambiente. “Não existe branco no Brasil. Todos nós temos sangue negro e devemos correr atrás das nossas raízes”, dizia Mãe Beata.
Além de religiosa e militante social, Mãe Beata também era escritora, tendo lançado os livros “Tradição e religiosidade” e “As histórias que minha avó contava”, entre outros. O corpo da ialorixá será enterrado na tarde deste domingo (28), no cemitério de Nova Iguaçu.
Em 2010, o terreiro Ilê Omi Oju Arô se tornou Ponto de Cultura do estado e oferecia aulas de dança, música e artes, além de projetos para geração de renda.. A morte da ialorixá foi lamentada pelo deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL), que teve aprovado na Alerj um pedido de entrega da medalha Tiradentes a Mãe Beata – a solenidade ocorreria no próximo mês.
“Hoje faleceu a Mãe Beata, grande referência do candomblé. Em junho nosso mandato iria lhe entregar a Medalha Tiradentes. Salve, Mãe Beata!”, escreveu o deputado no Twitter.
Fonte: G1