A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, pediu à Polícia Federal que abra inquérito para investigar cinco casos de vazamento de delações premiadas, informa o jornal O Globo. De acordo com o jornal, Raquel tem demonstrado disposição de devolver aos advogados os termos das colaborações cujo conteúdo tenha sido repassado à imprensa.
Segundo a reportagem, Raquel tornou mais rígidas as possibilidades de contatos e negociações com advogados de delatores, tanto os que já conseguiram um acordo com a gestão anterior da PGR quanto os que estão na fila para tentar o benefício. Os casos sob suspeita são mantidos em sigilo pela Procuradoria Geral da República.
Um desses casos, conforme O Globo, envolve a proposta de delação de Maurício Fanini, ex-aliado do governador do Paraná, Beto Richa (PSDB). Reportagem publicada pelo jornal no último sábado revelou que Fanini, em proposta de colaboração encaminhada à PGR, disse ter recebido dinheiro para não comprometer o governador com acusações relacionadas à Operação Quadro Negro, que investiga desvios de construções de escolas públicas em favor de políticos locais.
Ainda de acordo com o jornal, também foram encaminhados pedidos de investigação sobre vazamentos de aspectos internacionais da colaboração da Odebrecht e também da proposta de delação de Antonio Palocci, ex-ministro da Fazenda e da Casa Civil nos governos petistas. No primeiro caso, a solicitação partiu da própria empreiteira. No segundo, de um dos citados pelo ex-ministro, preso em Curitiba.
Conforme a reportagem de Vinicius Sassine, advogados que defendem delatores ou potenciais delatores relatam ter mais dificuldades para negociar propostas de colaboração com a PGR na gestão de Raquel Dodge. As colaborações premiadas foram o carro-chefe das investigações da Lava Jato com Rodrigo Janot. O Supremo Tribunal Federal homologou quase 120 acordos de colaboração assinados pelo então procurador-geral.
Fonte: Congresso em foco