A comissão especial que analisa o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff aprovou na noite desta segunda-feira, 11, o parecer do deputado Jovair Arantes (PTB-GO), favorável à continuidade do processo de afastamento.
Durante a discussão do texto no colegiado, o deputado Evair de Melo (PV-ES) se manifestou favoravelmente à aprovação do parecer do relator. Em seu pronunciamento, Evair, que foi o primeiro deputado a discutir o relatório, disse que a presidente Dilma Rousseff “não tem mostrado carinho, compromisso e nenhuma felicidade” em estar no cargo, e criticou a nomeação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como ministro. “A presidente terceirizou o governo e se escondeu na sombra do ex-presidente”, afirmou. O PV tem uma vaga de titular e outra de suplente na Comissão, ocupadas, respectivamente, pelos deputados Evair de Melo e Leandre Dal Ponte (PV-PR).
Ao declarar seu voto, Evair destacou ainda os desafios que enfrentará um novo governo. “Queremos um Brasil com segurança jurídica, garantia de direitos e que cumpra todos os acordos, sem quebrar a corrente de credibilidade. Que esse governo saiba que não terá vida fácil. Encontrará um país mobilizado, decidido a exigir valores e princípios. Precisamos de um país mais cooperativo, mais sustentável, onde princípios, como a transparência, prevalecerão e deverão ser a base para a construção da legalidade. Me manifesto pela admissibilidade da denúncia”, disse.
A deputada Leandre também usou da palavra para externar sua posição favorável à abertura do processo de impeachment. Ela elogiou o trabalho da Comissão ao analisar com profundidade todas as peças do processo, e criticou o fato de o governo estar concentrando todos os seus esforços, inclusive financeiros, para se manter no poder, enquanto grande parte da população está enfrentando enormes dificuldades, em especial na área da saúde.
“O país está pagando um preço político, social e econômico muito alto, e os reflexos podem ser percebidos de forma muito clara em nossas cidades. Algumas pessoas pregam que o impeachment não representa o fim dos nossos problemas, mas eu acredito que será o começo de uma nova história. A história de um país que não tolerará a corrupção, a impunidade e a injustiça. Um país onde ser político signifique ser servidor público, em que os únicos interesses sejam os interesses da nação”, disse Leandre.
Partido Verde declara apoio ao processo de impeachment
A bancada do Partido Verde na Câmara dos Deputados e no Senado Federal, por decisão unânime de seus parlamentares, tornou público, na quarta-feira, 6, no Plenário da Câmara, seu apoio à abertura do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.
Em nome do Partido, o deputado Evandro Gussi (PV-SP) ressaltou que, para além das manifestações individuais dos parlamentares do PV favoráveis à abertura do processo, todos da legenda assinaram uma nota ratificando essa posição, destacando que a estabilidade institucional do país, a responsabilidade orçamentária e o desenvolvimento socioambiental foram os principais fatores que determinaram o posicionamento do partido.
“Não se assustem com esse barulho, o que estamos ouvindo é a voz difusa do povo brasileiro que está dizendo, dia a dia, que o governo atual não corresponde mais aos anseios da sociedade brasileira”, afirmou o parlamentar.
Ainda na quarta-feira, o vice-líder do partido, Roberto de Lucena (PV-SP), explicou, em entrevista ao G1, que “além das pedaladas fiscais, existem também outros fatores que precisam ser considerados neste momento e, por isso, as bancadas desejam que essa apuração seja aprofundada”. No total, a bancada na Câmara tem sete deputados e, no Senado, um senador.
A data de análise do processo de impeachment pelo Plenário da Câmara ainda não foi definida, mas a previsão é que a discussão seja iniciada na sexta, 15, e que a votação ocorra no domingo, 17. Cada um dos 25 partidos políticos com representação na Câmara terá direito a uma hora de pronunciamento no Plenário. No Plenário, o processo de impeachment é aberto se dois terços (342) dos 513 deputados votarem a favor.
Se for aberto o processo de impeachment, o pedido segue para análise do Senado. No Senado, a sessão que decide sobre o impeachment é presidida pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF). Se for aprovado por maioria simples, a presidente Dilma é obrigada a se afastar por até 180 dias, até a decisão final. O impeachment só é aprovado se dois terços (54) dos 81 senadores votarem a favor. Se absolvida no Senado, a presidente reassume o mandato imediatamente; se condenada, é automaticamente destituída, e o vice-presidente é empossado.
Fonte: Comunicação Lid/PV