Partido já decidiu, porém, liberar os diretórios estaduais para montar seus palanque
POR ADRIANA MENDES
BRASÍLIA – Um convite de “surpresa” para indicar um candidato a vice na chapa de Marina Silva (Rede) levou o PV a adiar sua decisão sobre a eleição nacional. A convenção do partido, realizada neste sábado em Brasília, decidiu por liberar seus diretórios estaduais para a montagem de palanque e delegou à executiva a decisão sobre apoiar ou não Marina.
Dirigentes do PV se reuniram com a candidata na quinta-feira em São Paulo. Mas somente neste sábado, já durante a convenção, o porta-voz da Rede, Pedro Ivo, fez a oferta da indicação de um vice para tentar selar a aliança. Após muita discussão, optou-se pela delegação da decisão à executiva.
— Nós vamos observar até o dia 5 (de agosto) esses fatos novos todos. Lamentavelmente nos não tínhamos condições de apresentar um candidato próprio à sociedade brasileira. Vamos estar em plantão permanente da Executiva. Estamos abertos a conversar — disse o presidente nacional do PV, José Luiz Penna.
Segundo ele, o partido adota uma “estratégia de sobrevivência”. O PV tem quatro deputados federais, um senador, e apenas 7 segundos de tempo de TV. A prioridade é eleger parlamentares federais para aumentar o peso da legenda no Congresso e tentar superar a cláusula de barreira para ter acesso ao fundo partidário e tempo de TV. A meta do PV é ambiciosa: eleger 12 deputados federais e um senador.
O porta-voz da Rede, Pedro Ivo, presente na convenção do PV, destacou a afinidade dos dois partidos com a pauta ambientalista.
— Diminuiu a bancada ambientalista no Congresso. Temos obrigação de aumentar esse bancada federal. O Brasil precisa enfrentar esse desafio. Trago o abraço da Marina aqui para vocês. Estamos amadurecendo essa necessidade do PV e da Rede trabalharem juntos — disse o representante da Rede.
Marina foi candidata a presidente pelo PV em 2010, tendo deixado a legenda no ano seguinte. Em 2014, o PV lançou Eduardo Jorge, um dos que defendem o apoio à ex-senadora para este pleito.
Também houve na convenção defesa de alguns pelo apoio a Geraldo Alckmin (PSDB), apontado como “mais experiente”. Uma aliança com o tucano chegou a ser dada como certa dias atrás. No entanto, a ala majoritária era favorável à neutralidade devido às divergências existentes nos estados
Com a liberação das coligações nos estados, o PV terá alianças com diferentes partidos, como PSDB, PDT e Podemos. Ficou acertado que caso a Executiva decida indicar o vice de Marina todos os acordos políticos nos estados serão respeitados.
A convenção, porém, aprovou veto a alianças em torno de um dos candidatos na disputa: Jair Bolsonaro (PSL-RJ). Tal proposta foi aprovada com apenas um voto contra.
— Nós estamos para Bolsonaro como o diabo está para o alho. Vampiro melhor dizendo. É um retrocesso muito grande — afirmou o presidente do PV, José Luiz Penna.
Fonte: O Globo