Por: José Luiz Penna – presidente nacional do PV e Leandre Dal Ponte – deputada federal PV/PR e líder da Bancada Verde
Em 519 anos, o Brasil não assistia tamanho retrocesso com relação aos seus primeiros habitantes. São séculos de lutas e conquistas que, em poucos meses, sofrem fortes ameaças. O governo Bolsonaro vem colecionando absurdos na política ambiental e indigenista, mas ao mesmo tempo sofrendo grandes derrotas. A última delas foi a devolução da MP 886, de 19 de junho, sobre a demarcação de terras indígenas, pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre, ao Executivo.
Naquele mesmo dia, o Partido Verde, que vem se colocando como oposição e resistência aos desmandos do governo nestes setores, enviou correspondência a Alcolumbre, lembrando que a edição da nova Medida Provisória era uma afronta às prerrogativas e à independência do Parlamento, que havia decidido em sentido oposto havia um mês. Ou seja, que a competência pela demarcação das terras indígenas deveria ficar com a Funai.
E conclamava, em nota assinada pelo presidente nacional do PV, José Luiz Penna, e pela líder da bancada na Câmara, Leandre Dal Ponte, exatamente pela devolução da MP ao Executivo. Trata-se, portanto, de uma vitória não apenas do PV, mas de toda a sociedade.
O Partido Verde reitera sua oposição e resistência aos que engessam a fiscalização e armam os desmatadores, enquanto multiplicam-se os dados sobre o aumento do ritmo da destruição da floresta, da violência contra ambientalistas, quilombolas, índios e assentados e as denúncias de invasões de áreas protegidas. Não aceita retrocesso na demarcação de terras indígenas e quilombolas e permanece vigilante quanto às medidas do governo Bolsonaro.