O Presidente nacional do Partido Verde (PV), o deputado federal José Luiz de França Penna (SP) diz que a sigla está preparada para o pleito eleitoral em 2014. Em entrevista para o Jornal Correio Paulista, Penna destaca sua eleição à presidência da Comissão de Meio Ambiente da Câmara dos Deputados, cita nomes para disputar a presidência da república no ano que vem, comenta sobre as candidaturas na região Oeste de São Paulo aos cargos de deputados federal e estadual, fala da posição do PV em relação ao surgimento de novos partidos e finaliza a entrevista comentando a participação do PV nos governos Alckmin (PSDB) e Haddad (PT).
Com sua escolha para presidir a Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (CMADS) da Câmara dos Deputados quais serão as principais metas de sua atuação?
Penna – Primeiro quero deixar claro que não pleiteei a presidência. Essa decisão dos deputados apenas reconheceu o esforço do partido, em 2012, com Sarney Filho à frente da Comissão. Fui convidado para a presidência para que permanecesse a qualidade dos trabalhos que já vinham sendo feitos. Também foram eleitos na mesma chapa os deputados Sarney Filho (PV-MA) como primeiro vice-presidente e Antônio Roberto (PV-MG) como terceiro vice.
Em 2013, vamos continuar as discussões dos temas que interessam toda a sociedade e que afetam a qualidade de vida das pessoas e do meio ambiente visando sempre o desenvolvimento sustentável.
Os desafios da Comissão continuam e são muitas as intervenções a serem feitas, principalmente nas questões relacionadas às energias. Precisamos pensar em novas formas de matrizes energéticas como eólica e solar e, também, precisamos investir nacionalmente em energias alternativas.
Outra preocupação nossa está relacionada com a defesa das florestas e das águas. Não podemos permitir o desmatamento desenfreado e o envenenamento dos nossos rios com o lançamento, por exemplo, de esgoto “in natura” em nossas águas, o que traz doenças e elimina espécies.
A questão indígena também é nossa prioridade. É um tema muito complexo envolvendo ruralistas, lideranças de vários segmentos, produtores, empresários e a questão da construção de hidrelétricas.
O PV terá nome para disputar novamente a Presidência da República, em 2014?
Penna – O PV ainda não tem um nome definido para disputar a próxima eleição presidencial, mas temos alguns nomes como do ex-deputado Fernando Gabeira que é o primeiro de nossa lista, no entanto ele ainda está avaliando.
Há outros nomes à disposição. Na Bahia, temos a vice-prefeita da cidade de Salvador, Célia Sacramento, que tem feito um bom trabalho e luta pelo fim das desigualdades social e racial.
É preciso lembrar que o candidato a presidente deve estar lincado com a disputa pelo governo do Estado de São Paulo. Porém, antes de definirmos o nome para disputar a presidência da República estamos criando um programa de governo verde para o Brasil.
Com a eleição de prefeitos do PV em Jandira e Itapevi, como o senhor vê o lançamento de candidatos fortes a deputado estadual e federal na região Oeste?
Penna – Nas últimas eleições municipais, quanto aos candidatos, o PV saiu fortalecido, isto se pensarmos na ampliação da sigla na grande São Paulo. Agora será preciso trabalhar para aumentar ainda mais esse cenário.
Em relação ao lançamento de candidatos em 2014, nosso desejo é que cada cidade da região ajude a compor a lista própria e completa de candidatos da Bacia 6. A candidatura nesses municípios é uma boa estratégia, mas vale lembrar que cada região/bacia tem a sua quota de candidatos e deve cumprir essa meta. Queremos uma chapa eficiente. O PV vai continuar fazendo uma campanha eleitoral criativa e limpa.
O surgimento de novos partidos com bandeira ecológica pode ser obstáculo a um crescimento maior do Partido Verde?
Penna – De maneira nenhuma os novos partidos são obstáculos para o crescimento do PV, pelo contrário. O futuro da humanidade, e das espécies, está voltado para a questão ambiental. Esse tema, cada vez mais, é considerado urgente e importante para a sociedade, porque precisamos repensar a relação estabelecida entre a natureza e o uso dos recursos naturais disponíveis.
O surgimento de novos partidos indica o fortalecimento da democracia e indica que nós estamos vivendo um período político mais saudável. É bom que surjam partidos com bases ideológicas semelhantes às do Partido Verde.
O PV surgiu há quase 30 anos com uma visão de transformação e nossa ideologia está voltada para a ecologia e para o desenvolvimento sustentável, mas também defendemos temas distintos e amplos como a diversidade sexual e religiosa. Também somos contra toda forma de violência.
O PV paulista tem cargos no governo de Geraldo Alckmin (PSDB) e no governo Fernando Haddad (PT). Isso causa algum constrangimento para o senhor?
Penna – Não. Na verdade isso reflete o crescimento do PV nas casas correspondentes. Somos a terceira maior bancada na Assembleia Legislativa paulista com sete deputados estaduais. Na capital, temos quatro vereadores muito ativos.
Temos a Secretaria Estadual de Saneamento e Recursos Hídricos, dirigida por Edson Geriboni, e a Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente, com o engenheiro Ricardo Teixeira.
Apesar de termos essas duas secretarias isso não quer dizer que temos a obrigatoriedade de apoiar a totalidade das ações dos governos. O PV tem autonomia na tomada de decisões. Manteremos sempre o espírito democrático e de negociação, buscando o melhor para todos.
Bacia 6 deverá lançar 15 candidatos em 2014
Conforme orientação do Diretório Estadual do PV, a Bacia 6, composta por 13 municípios (Osasco, Carapicuiba, Jandira, Barueri, Itapevi, Santana de Parnaiba, Cajamar, Pirapora do Bom Jesus, Cotia, Taboão da Serra, Embu das Artes, Itapecirica da Serra e Embu Guaçu), deverá lançar 9 candidatas e candidatos à Assembleia Legislativa, sendo um mínimo de 3 mulheres; e 6 candidatas e candidatos à Câmara dos Deputados, com um mínimo de 2 mulheres.
Carlos Marx, da atual equipe de coordenação da Bacia 6 e membro da direção estadual do partido, diz que muitos militantes e ex-candidatos à vereança em 2012 têm manifestado interesse em uma candidatura. Nos próximos dias, a estadual vai definir datas para as bacias se reunirem e encaminharem o processo de acerto de candidaturas.
Fonte: Site do PV Osasco-SP