O PSDB, principal partido de oposição à gestão da presidente Dilma Rousseff (PT), vai deixar formalmente, depois do carnaval, o bloco na Câmara Federal formado com o PSB, PV e PPS. A decisão foi anunciada, nesta terça-feira (10), numa reunião em Brasília. Os partidos, juntos, elegeram 106 deputados nas eleições do ano passado.
Em entrevista ao Diario, por telefone, o deputado federal de Pernambuco e líder do PSB na Câmara, Fernando Bezerra Filho, declarou, no entanto, que a saída dos tucanos já estava acordada no início da formação do bloco. “A formação do bloco foi para eleger a Mesa Diretora e indicar nomes para as comissões. Já estava prevista a saída do PSDB. Essa é a estratégia deles, atuarem isolados”.
A união dos partidos também foi para apoiar à candidatura do deputado federal Júlio Delgado (PSB-MG) à Presidência da Câmara Federal, que saiu derrotado na disputa. Sobre a permanência das outras legendas no bloco – PV e PSB, Fernando Bezerra Coelho disse que é possível e que novas reuniões estão sendo marcadas pelo grupo para tentar chegar uma estratégia comum. Ainda na terça, o parlamentar teve uma reunião com o líder da bancada do PPS, o deputado Rubens Bueno.
Perguntado se a impossibilidade de uma nova união com o PSDB estaria ligada a decisão do PSB em ter uma “posição independente”, ou seja, não ser nem do governo nem da oposição, o socialista negou. “O PPS, o partido que nós estamos conversando nesse sentido, é oposição. A questão é que o PSDB quer atuar de forma isolada. É uma estratégia deles. O bloco foi formado com a intenção dos nos fortalecer para as comissões”, defendeu.