Presidente disse ter feito promessa a seu ministro da Justiça. Vaga deve surgir em 2020, com aposentadoria de Celso de Mello
Sérgio Moro disse há algumas semanas que ser ministro do Supremo Tribunal Federal, o cargo máximo do Judiciário brasileiro, seria como “ganhar na loteria”, mas que não era “simples”. “Meu objetivo é apenas fazer o meu trabalho”, disse a um jornal português. Neste domingo, o presidente Jair Bolsonaro revelou que seu ministro da Justiça negociou uma espécie de bilhete premiado antes de aceitar assumir o cargo no Governo: “Eu fiz um compromisso com ele (Sérgio Moro). Ele abriu mão de 22 anos de magistratura. A primeira vaga que tiver lá [no STF], estará à disposição.” A primeira vaga à vista é a do decano do tribunal, Celso de Mello, que deve se aposentar no ano que vem, aos 75 anos.
A revelação de Bolsonaro a respeito do ex-juiz estrela da Operação Lava Jato foi feita em entrevista ao ao jornalista Milton Neves, da rádio Bandeirantes. Reforça publicamente o laço entre presidente e ministro num momento em que Moro acumula derrotas e dificuldades políticas à frente do Ministério da Justiça e Segurança Pública. A super pasta, desenhada para acomodá-lo, está sob pressão, entre outros aspectos, por estar à frente de pautas prioritárias ligadas a promessas de campanha de Bolsonaro. Só nesta semana, a pasta de Moro foi apenas coadjuvante, e voto vencido, na formulação de um decreto que ampliou enormemente a possibilidade de posse de armas no Brasil. O texto levantou a resistência do próprio STF e do Congresso e obrigou Moro a medir as palavras para não criticar publicamente seu superior hierárquico. Do Parlamento, veio outra derrota, com decisão da comissão que debate reforma administrativa de retirar o Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) da pasta da Justiça e levá-la de volta à da Economia. Moro queria o controle do Coaf porque argumentava que órgão, que rastreia movimentações de dinheiro atípicas, é essencial para ampliar o combate ao crime financeiro e lavagem de dinheiro, sua especialidade.
Sérgio Moro disse há algumas semanas que ser ministro do Supremo Tribunal Federal, o cargo máximo do Judiciário brasileiro, seria como “ganhar na loteria”, mas que não era “simples”. “Meu objetivo é apenas fazer o meu trabalho”, disse a um jornal português. Neste domingo, o presidente Jair Bolsonaro revelou que seu ministro da Justiça negociou uma espécie de bilhete premiado antes de aceitar assumir o cargo no Governo: “Eu fiz um compromisso com ele (Sérgio Moro). Ele abriu mão de 22 anos de magistratura. A primeira vaga que tiver lá [no STF], estará à disposição.” A primeira vaga à vista é a do decano do tribunal, Celso de Mello, que deve se aposentar no ano que vem, aos 75 anos.
A revelação de Bolsonaro a respeito do ex-juiz estrela da Operação Lava Jato foi feita em entrevista ao ao jornalista Milton Neves, da rádio Bandeirantes. Reforça publicamente o laço entre presidente e ministro num momento em que Moro acumula derrotas e dificuldades políticas à frente do Ministério da Justiça e Segurança Pública. A super pasta, desenhada para acomodá-lo, está sob pressão, entre outros aspectos, por estar à frente de pautas prioritárias ligadas a promessas de campanha de Bolsonaro. Só nesta semana, a pasta de Moro foi apenas coadjuvante, e voto vencido, na formulação de um decreto que ampliou enormemente a possibilidade de posse de armas no Brasil. O texto levantou a resistência do próprio STF e do Congresso e obrigou Moro a medir as palavras para não criticar publicamente seu superior hierárquico. Do Parlamento, veio outra derrota, com decisão da comissão que debate reforma administrativa de retirar o Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) da pasta da Justiça e levá-la de volta à da Economia. Moro queria o controle do Coaf porque argumentava que órgão, que rastreia movimentações de dinheiro atípicas, é essencial para ampliar o combate ao crime financeiro e lavagem de dinheiro, sua especialidade.
Na bolsa de apostas permanente dos caminhos do projeto político do ex-juiz da Lava Jato, e suas conexões com o bolsonarismo, o capítulo deste domingo marca inflexão. Questionado pelo UOL, o ministro da Justiça afirmou que não comentaria a inusual declaração de Bolsonaro. Num momento de dificuldades para o Planalto, é dado relevante que, à diferença de outros nomes do ministério, o ex-juiz tem capital político próprio. Segundo as pesquisas de opinião do Atlas Político e do Datafolha, Moro é mais bem avaliado que o próprio presidente, ainda que seu prestígio não viva o auge dos primeiros anos da Lava Jato, inclusive porque suas ambições políticas ficaram explícitas desde então.