O protagonismo da Bahia na produção de energia limpa motivou a realização do Encontro Baiano dos Municípios Produtores de Energias Renováveis, ocorrido na última sexta (15), em Salvador. A geração de empregos, tecnologias, investimentos e financiamentos permearam as discussões sobre a temática que alcança exponencial relevância em função do crescente aquecimento global.
O evento contou com participação de 246 convidados, incluindo, o vice-governador da Bahia, Geraldo Junior, deputados federais, secretários estaduais, prefeitos e vereadores de municípios baianos.
Fomentar uma economia sustentável com menores custos de produção é um dos objetivos da Comissão Especial de Estudos para Transição Energética e Hidrogênio Verde da Câmara dos Deputados, criada há três meses a pedido do deputado Bacelar (PV/BA), também relator da matéria, que atua pela construção de um Marco Regulatório.
“Reunimos autoridades no assunto e representantes de municípios produtores de energia renovável, o que em muito interessa ao Brasil que trabalha para mudar sua imagem no cenário internacional, e à Bahia, cuja posição estratégica possibilita renovação da matriz energética. Isso significa elevar e muito as possibilidades de geração de emprego e renda dos baianos”, pontuou Bacelar.
De acordo com o vice-governador Geraldo Júnior, que participou da abertura do encontro, a Bahia terá condições de produzir 60 milhões de toneladas de Hidrogênio Verde para o país. Em função disso, será necessário criar mecanismos de financiamento incentivo para o desenvolvimento tecnológico para esta produção.
O secretário de Desenvolvimento Econômico do estado, Angelo Almeida, falou do protagonismo do estado que foi o primeiro estado do Brasil a implementar um plano de economia para a indústria de H²V. Ele defendeu o debate e disse que é necessário democratizar a discussão. “Existe uma regra que já é norma global: o mundo corporativo cada dia mais vai estar escorado no compliance ambiental. Precisamos ser eficientes para colhermos os resultados do que nós temos a nosso favor. É no Nordeste e principalmente na Bahia que o mundo encontrará energia limpa, abundante, segura e barata para fomentar e tornar realidade o H²V como combustível do futuro”, afirmou o gestor.
O secretário de Ciência e Tecnologia do estado, André Joazeiro, afirmou que as possibilidades são inúmeras com as frentes de pesquisa que se abrem com as energias verdes e renováveis no estado, algo que pode mudar a realidade do Semiárido. Porém, ele destacou que, apesar do entusiasmo, há muito trabalho a ser feito e os desafios são enormes. No caso do Hidrogênio Verde, ainda é preciso “botar de pé uma tecnologia viável, comercial. para produzir em escala e num preço de mercado”, lembrou. Na ocasião, Joazeiro anunciou a criação de um centro tecnológico voltado para a transição energética, em Camaçari, em parceria com a UFBA do município.
Já o presidente em exercício da FIEB, Carlos Henrique Passos enfatizou que a produção de energia renovável é um pilar estratégico no processo de transição energética, e citou o centro de pesquisa e desenvolvimento Cimatec como um parceiro natural na construção de projetos para avançar na área.
Ao concluir, Bacelar afirmou que a Comissão tem desenvolvido um trabalho diligente na busca pela construção de um marco legal abrangente para este setor. O tema é de extremo interessa da Bahia, que hoje já é líder nacional em produção de energia eólica, com cerca de 250 parques instalados no estado”, afirmou Bacelar.
Bahia é a líder nacional na geração de energia eólica, responsável por 34,2% da geração acumulada, de acordo com a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). Até o momento, são 272 parques eólicos em operação, com investimento de mais de R$ 34 bilhões e geraram cerca de 74 mil empregos em toda a cadeia produtiva. O estado também é um dos líderes na geração de energia solar fotovoltaica, com 47 parques ativos, 25 usinas em construção e outras 347 com construção a serem iniciadas.