As iniciativas políticas de produção energética no Brasil, sobretudo na Amazônia, tem produzido além de grandes empreendimentos, diversos impactos ambientais. Neste contexto um dos grandes desafios da nossa sociedade é pensar a produção de energia no Brasil para além dos critérios econômicos. Para isso, leva-se em consideração na análise de implantação dos serviços para construção de uma usina hidroelétrica, por exemplo, a importância de sua dimensão social que envolve aspectos ambientais, culturais e geográficos, entre outros.
O Partido Verde sabe que é possível aumentarmos nosso potêncial energético na região amazônica, com empreendimentos como Belo Monte, no Pará. Entretanto, o problema é que este tipo de projeto ao mesmo tempo em que viabiliza a expansão energética, gera conflitos de natureza social e ambiental.
Segundo o relatório de Impacto Ambiental (Rima), da Usina de Belo Monte, apresentado pelo Greenpeace, a barragem do rio Xingu poderá causar a inundação constante dos igarapés no município de Altamira, onde a hidrelétrica está localizada. Com o bloqueio do rio, um trecho de 100 km terá a vazão reduzida e corre o risco de secar. Com isso, são construídos grandes lagos que servirão como reservatórios de água para permitir o funcionamento da usina nos períodos do ano em que não chove, deslocando milhares de famílias ribeirinhas de suas casas. Destaca-se ainda a intensificação do desmatamento e o comprometimento da navegação e pesca de 13 mil índios de 24 grupos étnicos que vivem às margens do Xingu.
O Partido Verde entende que é essencial que o aumento da oferta e o consumo de energia sejam feitos de forma eficiente, compatíveis com o tamanho do consumo das pessoas, sem comprometer nossos recursos naturais e sem ampliar as emissões de gases de efeito estufa. O que adianta produzir megawatts se o mercado próximo consome em kilowatts, e não há subestações e transformadores para baixar a quantidade de energia? Como fazer isso se não há um programa efetivo de democratização e uso social da energia produzida?
Nosso programa de governo destaca que a produção e uso de energia no Brasil tem de ser urgentemente repensado no atual contexto de escassez iminente de água, levando em consideração o imenso impacto ambiental que causam em nosso ecossistema. Nosso compromisso é cuidar, com prioridade e equanimidade, dessa riqueza e garantir sua acessibilidade a todos.
Fonte : Campanha Eduardo Jorge 43