O secretário de Estado da Cultura de São Paulo, José Luiz Penna, filiado ao PV, deixará a pasta na próxima sexta-feira (6). Ele será candidato a deputado federal. Penna esteve em Sorocaba na terça-feira, quando se reuniu com o prefeito José Crespo (DEM). Após o encontro com o chefe do Executivo local, ele visitou o Cruzeiro do Sul, onde foi recebido pelo presidente do Conselho de Administração da Fundação Ubaldino do Amaral (FUA), César Augusto Ferraz dos Santos, e pelo editor responsável José Carlos Fineis. Na ocasião, Penna comentou sobre vários aspectos relacionados à cultura da cidade e do Estado (veja reportagem na página C1), e também sobre as movimentações partidárias para as eleições de outubro, incluindo a aliança do seu partido em torno de pré-candidatura de atual vice-governador do Estado, Márcio França (PSB).
Para Penna, muita coisa pode mudar após a definição, por exemplo, de eventual candidatura do atual presidente da República, Michel Temer (MDB). “O grande enigma dessa eleição é o Michel Temer. Ele candidato é uma coisa, ele não candidato é outra coisa. Ele trabalhou para pulverizar muitas candidaturas, naturalmente arriscando uns 18% ou 20%, que o levaria a um segundo turno”, avalia. Diante disso, o partido ainda não definiu a questão de apoio a candidato à Presidência da República. “Precisamos ter um pouco mais de paciência para analisar o quadro. O Partido Verde vai esperar com nervos de aço e vai aglutinar em um bloco onde se defina melhor o campo. A outra hipótese é a gente liberar cada unidade da federação, o que é ruim”, comenta.
Penna também comentou sobre a decisão arriscada, segundo ele, de João Doria, que deixará a Prefeitura de São Paulo para concorrer ao governo do Estado, e de Geraldo Alckmin, que deixará o governo paulista para se candidatar à Presidência da República. “Tudo pode acontecer num tempo largo desse”, diz se referindo às convenções partidárias, que só devem ocorrer em agosto. “É um erro. É um tempo completamente esquizofrênico”, acrescenta. No Estado, o partido fechou acordo para apoiar Márcio França (PSB), pré-candidato a governador. “Acho que é a melhor solução e as chances são grandes. É um político com uma rodagem muito grande e acompanhou esse governo por muito tempo”, diz.
Ele afirmou ainda que as candidaturas de Paulo Skaf (MDB) e Rodrigo Garcia (DEM) ao governo do Estado dependem da decisão de Michel Temer. Conforme ele, se Temer não sair candidato, existe a expectativa de Rodrigo Garcia ser vice na chapa com Márcio França. Ele afirmou também que no momento, não pensa em sua candidatura ou campanha. “Confesso que agora não estou pensando nisso. Nós queremos fechar essa passagem pela Secretaria de Cultura direito. Segunda-feira começo a pensar. Preciso descansar um pouco”, diz, afirmando ser um decano de campanhas eleitorais. “Não me preocupo se entro ou se não entro. Estou cumprindo minha missão partidária”, diz. “Essa última (eleição) não entrei, mas tenho outras análises que explicam as coisas. Ainda assim, tive 52 mil votos e isso não é de se jogar fora”, opina.
Por fim, Penna falou sobre o sentimento de vir à cidade. “Voltar a Sorocaba é sempre bom. É também um motivo de orgulho. Aqui, sempre que pudemos intervir, intervimos com muita qualidade”, conclui.
Fonte: Jornal Cruzeiro do Sul