O deputado Penna presidiu, nesta terça-feira (22), audiência pública para discutir a importância de Dorival Caymmi para a cultura brasileira e celebrar o centenário do cantor e compositor baiano.
Danilo Caymmi, filho mais novo de Dorival, falou sobre a importância desta homenagem ao pai. “Acho importantíssimo que o Congresso Nacional lembre de homens nobres que, sem eles, o Brasil seria um pouquinho mais complicado.
Fico muito orgulhoso dessa iniciativa e agradeço, em nome de todos os filhos e netos, esta primeira homenagem do parlamento no centenário do meu pai”, afirmou.
Danilo encantou os presentes com histórias de Dorival, mostrando o homem extraordinário que foi. “É fascinante a maneira que esse homem entendeu o Brasil, que ele é cultuado e entendido pelo país. Eu sei da importância da música e desse espírito popular, esse contato direto com o povo. Ele gostava quando a música repercutia nos trabalhadores, nas pessoas que ele encontrava na rua”, revelou Danilo.
“Caymmi é um dos grandes representantes brasileiros do século XX. A música dele era sempre em busca da felicidade, este elemento raro e que atualmente é de grande procura e grande falta”, apontou o historiador da música brasileira Ricardo Cravo Albin, amigo pessoal de Caymmi. “Essa questão da felicidade ganha peso político. Hoje, alguns teóricos, para contrapor-se ao PIB – Produto Interno Bruto, estão discutindo o FIB – Felicidade Interna Bruta, acreditando que isso defina melhor a sociedade”, completou Penna.
Cravo Albin comentou a fama de preguiçoso adquirida por Caymmi, que chegava a demorar mais de uma década para finalizar uma composição. “Isso é uma pura lorota. O Caymmi trabalhava na sua obra como quem lapida um diamante, o que não é rápido”. Marielson Carvalho, professor da Universidade Estadual da Bahia e autor do livro “Acontece que eu sou baiano”, sobre a obra de Dorival, também brincou com a “velocidade caymmiana”. “Se nossos governantes tivessem a velocidade do Caymmi, fazendo tudo de forma meticulosa e perfeccionista, estaríamos bem melhor”, teorizou.
O deputado Penna encerrou a audiência frisando a necessidade de as escolas e a academia reconhecerem a importância da palavra cantada para a cultura brasileira, promovendo assim a preservação da memória de Caymmi e de outros grandes expoentes da nossa música para as futuras gerações. “Não existe nacionalidade sem memória e sem arte”, concluiu o deputado.
Fonte : Assessoria Parlamentar