Mais de 250 ativistas do Greenpeace e da ANV-COP21 interromperam a reunião anual da petrolífera Total para se fazer ouvir e defender os Corais da Amazônia
Era para ser mais uma reunião anual comum, na qual empresários e empresárias da Total passam o dia discutindo o balanço e o futuro da petrolífera. Reunidos em Paris na manhã desta sexta-feira (01/06), eles tiveram uma grande surpresa. E cancelaram o evento.
Mais de 250 ativistas do Greenpeace e da organização ANV-COP21 interromperam a reunião para protestar pacificamente em defesa dos Corais da Amazônia. A Total planeja explorar a costa do Brasil a qualquer custo, ignorando mesmo as novas descobertas obtidas na expedição científica que o Greenpeace e cientistas fizeram em abril e maio deste ano.
A primeira surpresa da reunião foi o surgimento de escaladores que, do alto do palco do evento, abriram banners com a frase “Defenda os Corais da Amazônia” em diferentes idiomas. Enquanto isso, fora do prédio, outros ativistas e músicos faziam uma batucada no estilo brasileiro. Essas pessoas vieram de dez diferentes países para representar as mais de 2 milhões de assinaturas na petição que pede para a Total desistir dos seu planos.
“Na frente de seus próprios acionistas, a Total se considera uma ‘grande responsável da energia’. Mas me pergunto se é responsável explorar petróleo a quase 2 mil metros de profundidade, em condições de correntes marinhas extremas e perto de um recife recém-descoberto”, questiona Thiago Almeida, especialista em Energia do Greenpeace Brasil.
Para Pauline Boyer, porta-voz da ANV-COP21, a abertura de novas áreas para exploração petrolífera, como planeja a Total, é um absurdo diante do contexto climático no qual vivemos. “As emissões de gases de efeito estufa precisam ser drasticamente reduzidas. Protestos pacíficos como este são essenciais para denunciar a falta de ação por parte de multinacionais como a Total”, acrescentou.
A mobilização de hoje faz parte da campanha do Greenpeace que, desde janeiro de 2017, tenta barrar o projeto de petrolíferas que querem perfurar a região próxima aos Corais da Amazônia. No caso de um vazamento de óleo, não apenas o recife estará ameaçado, mas também a costa da Guiana Francesa e os manguezais da região. Dezenas de comunidades dependem dos recursos pesqueiros ali para sobreviver.
Há anos a Total quer ter seu projeto na foz do Amazonas aprovado – ainda que 2 milhões de pessoas, cientistas e até o governo brasileiro mostrem sua oposição a ele. Na quarta-feira (30/05), o Ibama publicou uma nota em que questiona a qualidade dos dados do Estudo de Impacto Ambiental da Total. O órgão diz ainda que a empresa está com dificuldade de mostrar como agiria em caso de um vazamento de petróleo.
Fonte: GreenPeace Brasil