O plástico oceânico é todo material plástico que vai parar no oceano
Oceano de plástico, oceano de sal ou oceano de água? De acordo com estudos, análises e até mesmo o documentário chamado “Oceano de plástico”, o termo “oceano de plástico” parece o mais apropriado para descrever nossos oceanos.
De acordo com um estudo de seis anos realizado pela 5 GYRES Science to Solutions,há cerca de 5,25 trilhões de partículas de plástico flutuando no oceano, o equivalente a 269 mil toneladas de plástico oceânico.
A cada ano, pelo menos oito milhões de toneladas de plástico vão parar no oceano. Segundo a ONG CleanSeas, há, pelo menos, 51 trilhões de pedacinhos de microplástico no oceano.
Entretanto, uma das cientistas líderes da Agência de Proteção Ambiental dos EUA, Anna Marie Cook, afirma que a quantidade de plástico existente no oceano é muito maior do que as quantidades estimadas. Isso porque as estimativas são feitas com o uso de redes de arrasto de plástico da superfície do mar; e pouco mais de metade do plástico existente no oceano afunda. Ou seja, pelo menos metade do plástico oceânico não entra nas contas porque está no fundo dos oceanos.
Por outro lado, é possível estimar que as expectativas para o oceano não são muito positivas, uma vez que a produção de plástico é crescente. Em 2015, produzimos 322 milhões de toneladas de plástico, uma quantidade equivalente a 900 vezes o tamanho do edifício Empire State!
Estima-se que, em 2050, 99% das aves marinhas terão ingerido plástico. E, no total, serão mais de 600 espécies marinhas prejudicadas pelo lixo plástico oceânico. Desse total de espécies prejudicadas, 15% serão aquelas que estão sob ameaça de extinção.
Sem planejarmos, criamos o 7º continente, ou a ilha de plástico no oceano, como também é tristemente chamado. Bem ali, no Giro Pacífico Norte, um dos maiores giros oceânicos e onde existe o maior ecossistema do planeta, há uma enorme camada flutuante de plástico, com proporções continentais, ameaçando a vida de diversas espécies marinhas e a saúde do planeta.
O que fazer com o oceano de plástico?
O certo seria recolher todo o plástico do oceano e educar pessoas e empresas a não jogarem seus resíduos no mar ou praticarem descarte incorreto, certo? Essas medidas estão corretas, entretanto, só elas não resolveriam o problema do plástico no oceano. Mesmo que haja o descarte correto, parte do plástico produzido acaba escapando involuntariamente para o mar.
O lixo presente nas cidades entra nos esgotos pluviais e acaba escorrendo para o mar; aqueles que não são levados pela chuva podem escapar dos aterros e ruas por meio do vento. Os próprios pneus de carro, ao atritarem com o asfalto, liberam partículas de plástico que também são levadas para o oceano por meio das chuvas. E até mesmo as roupas feitas de fibras de plástico como o poliéster liberam fibras de microplástico no ar e na água da máquina de lavar roupa durante a lavagem, cuja água residual (contendo microfibras de plástico) também vai parar no oceano. Utensílios de madeira, paredes e objetos metálicos pintados com tintas plásticas também podem ser fonte de plástico para o oceano.
Além disso, pequenas bolinhas de plástico – os nurdles – utilizadas na manufatura de itens plásticos; são despejadas acidentalmente em estradas e mares durante o transporte por trens, caminhões e navios. Para saber mais sobre esse tema dê uma olhada na matéria: “Qual é a origem do plástico que polui os oceanos?“.
Há diversos tipos de materiais plásticos que podem parar no oceano e ser nocivos para o ambiente e para a saúde animal e humana. Entenda mais sobre esse assunto na matéria: “Conheça os tipos de plástico“.
Um oceano de microplástico
A parte mais preocupante disso tudo é quando a quantidade de plástico no oceanoaumenta mas fica invisível, ou seja, quando vira microplástico.
Em formatos menores, o plástico adentra mais facilmente ambientes e organismos, indo parar inclusive na cadeia alimentar terrestre, causando um verdadeiro estrago.
Ainda não se sabe exatamente como o plástico chega nos alimentos, no sal, no ar e na água que consumimos, mas ele está lá. Entretanto, já se sabe que o plástico muitas vezes é composto por substâncias perigosas para os organismos, como os bisfénois, que são disruptores endócrinos capazes de causar danos irreparáveis como o próprio câncer; entre outras doenças. E para piorar o cenário, o plástico, uma vez no ambiente ou no oceano, absorve substâncias químicas perigosas que têm a capacidade se bioacumularem (acumualrem a concentração no organismo). Esses plásticos, quando são ingeridos por organismos marinhos podem penetrar toda a cadeia alimentar. Saiba mais sobre esse tema na matéria: “Entenda o impacto ambiental do lixo plástico para a cadeia alimentar“.
Descarte
Para descartar seus resíduos corretamente veja quais são os postos de coleta mais próximos de sua casa nos mecanismos de busca do Portal eCycle. Mas lembre-se: até mesmo o plástico descartado corretamente pode parar no oceano. Então antes de pensar em descartar evite o consumo e, em segundo lugar, reutilize e recicle.
Veja o que mais você pode fazer para reduzir o plástico no oceano na matéria: ” Como reduzir o lixo plástico no mundo? Confira dicas indispensáveis“.
Mas se você está pensando em reutilizar sua garrafinha de plástico para beber água, cuidado, entenda o porquê na matéria: “Descubra os perigos de reutilizar sua garrafinha de água”.
Fonte: Ecycle