A cidade do Rio de Janeiro está em estado de calamidade pública após o temporal que entrou para a vasta galeria de eventos traumáticos inesquecíveis!
Foram registradas 10 mortes em razão dos deslizamentos de terra e por afogamento.
Não foi a primeira vez no ano que a população se viu perplexa com a incapacidade da administração pública responder adequadamente às necessidades demandadas por eventos deste porte!
Tragédias provocadas pelos efeitos de fortes tempestades fazem parte da história da capital fluminense e sempre são seguidas por discursos comovidos e promessas dos políticos e autoridades da ocasião.
É inegável que alguns importantes avanços foram promovidos durante a história como projetos de urbanização(Rio Cidade, Favela Bairro), planos de drenagem com ampliação e construção de novas galerias de águas pluviais, construção dos piscinões, canalização e limpeza de rios e corpos hídricos, melhorias na coleta e tratamento de lixo e de esgoto, campanhas educativas, mapeamento e remoção de algumas casas em áreas de risco e a construção do moderníssimo Centro de Operações Rio(COR).
Mas a administração pública tem o dever de estar sempre tratando de ampliar e qualificar ainda mais essas estruturas para atender as demandas que são sempre crescentes, sobretudo porque o aquecimento global provoca eventos climáticos extremos em períodos cada vez mais curtos!
As violentas catástrofes naturais tendem a ocorrer com frequência cada vez maior, enquanto a temperatura média do planeta cresce sucessivamente e o desmatamento descontrolado enfraquece perigosamente áreas importantes de amortecimento do clima!
É inegável que a equipe do prefeito Marcelo Crivella não consegue tratar com a responsabilidade, agilidade e qualidade que o tema, sempre tão delicado e grave, exige.
A prefeitura do Rio vem reduzindo os recursos para a manutenção e conservação dos equipamentos públicos e também para ampliação do sistema de drenagem e contenção de encostas. Havia recursos federais disponíveis que não foram aplicados porque o município simplesmente não apresentou projetos!
Está dada a receita para novos e fatais desastres!
É fundamental inverter essa (i)lógica míope e tratar de investir profundamente para fazer do Rio de Janeiro uma cidade resiliente, preparada adequadamente para enfrentar os múltiplos desafios impostos pelas mudanças climáticas.
Desde o Dia Mundial da Meteorologia(23/03), em 2016, que o secretário-geral das Nações Unidas alertou que os eventos climáticos extremos estão se tornando o “novo normal”!
Se esse cataclisma é o novo normal, nosso Rio está muito mal…