Pela primeira vez, cientistas da NASA conseguiram provar, por meio de observações de satélites, que o buraco na camada de ozônio está diminuindo. Em um estudopublicado no periódico Geophysical Research Letters, pesquisadores da Centro de Voo Espacial Goddard da agência espacial americana relacionam a novidade ao Protocolo de Montreal.
Em vigor desde 1989, o documento estipula que os países participantes substituam as substâncias que empobrecem a camada de ozônio, com destaque para o clorofluorocarboneto, também conhecido como CFC, usado em aerossóis. Esses compostos podem chegar na estratosfera, onde são afetados pela radiação ultravioleta do Sol, liberando os átomos de cloro que destroem as moléculas de ozônio que, por sua vez, protegem a Terra de absorver a radiação que pode prejudicar as formas de vida do planeta.
Segundo os pesquisadores, medições mostram que o protocolo assinado no fim da década de 1980 foi eficaz: as quantidades de cloro na Antártica, por exemplo, foram 20% mais baixas em 2016 em relação a 2005. “Vemos com clareza que o cloro dos CFCs está diminuindo no buraco da camada de ozônio, e que temos um menor esgotamento dela por conta disso”, afirmou a autora do estudo, Susan Strahan, em anúncio.
Strahan e sua equipe acompanharam a formação do buraco na camada de ozônio, que ocorre durante o inverno do hemisfério sul, quando os raios solares catalizam o ciclo de destruição do ozônio que envolve, principalmente, o cloro dos CFCs. Desde 2005, os cientistas têm feito medições ao redor do mundo por meio de um dispositivo acoplado no satélite Aura da NASA.
As principais observações foram feitas no inverno da Antártica, quando as temperaturas ficam baixas e estáveis, entre 2005 e 2016. “Durante esse período, as temperaturas da Antártica são sempre bem baixas, então a destruição causada na camada de ozônio depende somente da quantidade de cloro”, afirmou Strahan.
Foi assim que ela e seu time descobriram que há um menor esgotamento da camada de ozônio, já que os níveis de cloro estão diminuindo a uma taxa de 0,8% por ano. Nessa velocidade, os cientistas estimam que, por volta de 2060, o buraco tenha diminuído consideravelmente — ou até desaparecido.
Fonte: Galileu