Dia 1º de junho morreu Michel Serres, historiador francês das ciências e membro da Academia Francesa desde 1990, foi pioneiro no estudo dos problemas associados às novas tecnologias de comunicação. Michel desenvolveu o conceito do Contrato Natural, um novo modelo de convivência no planeta que acrescentava questões importantes ao já desenvolvido Contrato Social. Serres propôs acrescentar pensamentos ecologistas, preservando o meio ambiente da manipulação gananciosa do mercado, estabelecendo limites, retirando direitos do homem, inclusive, o de enriquecer materialmente financiado pelo avanço sem controle dos recursos naturais.
Em entrevista concedida em 2015 para a Fundação Verde, Vera Motta, secretária de Assuntos Jurídicos do Partido Verde e estudiosa do meio ambiente e seus direitos, corroborando com o pensamento de Michel Serres, falou sobre a importância da reformulação do Contrato Social. “É preciso aliar a ele [Contrato Social] o Contrato Natural, ensejando um pacto em prol de um novo modelo de convivência, no qual o meio ambiente passe de objeto para sujeito de direitos”, defendeu a verde.
Michel Serres publicou dezenas de livros e ensaios ao longo de uma carreira também longa, na qual ajudou a enquadrar filosoficamente temas que hoje, mais do que nunca, estão na ordem do dia, como a ecologia e a educação. Oferecia um pensamento ecologista. Professor, escritor, historiador das ciências e membro da Academia Francesa desde 1990, o otimismo era, de resto, uma das marcas da vida e do pensamento de alguém que sempre se interessou pelas mais diversas formas do saber e da ciência.
O Partido Verde é um defensor do Contrato Social e desde sua fundação teve como reflexão fundadora de sua articulação a noção de insustentabilidade da civilização contemporânea. Ou seja, a sustentabilidade será viável social e culturalmente apenas se houver sistemas com eficácia para mudar os valores e comportamentos em um cenário de conflitos e riscos ambientais.
Fonte ASCOM FVHD