Às 20h50 do dia 5/12, Nelson Mandela, o ícone da luta pelo fim da segregação racial, famoso apartheid, morreu em sua casa, em Johannesburgo, vítima de complicações respiratórias. Em junho deste ano, Mandela enfrentou sua quarta internação e, desde dezembro de 2012, começou a apresentar problemas decorrentes de uma infecção pulmonar.
Nas principais cidades da África do Sul, milhares de pessoas saíram às ruas para prestarem a última homenagem. O atual presidente, Jacob Zuma, declarou luto em toda a África do Sul. De acordo com as agências internacionais de notícias, o funeral de Mandela deve durar de 10 a 12 dias.
História de vida – Batizado como Rolihlahla Dalibhunga e presenteado com o nome em inglês Nelson Mandela por uma professora em sua infância, formou-se advogado pela Universidade de Witwaterrand em 1952 e montou um escritório de advocacia para negros. Foi nesta época que entrou para o Congresso Nacional Africano (CNA), movimento nacionalista de luta contra o apartheid.
Nelson Mandela, também chamado Mandiba, lutou ostensivamente contra o apartheid, que foi oficializado em 1948 na África do Sul e negava aos negros (maioria da população), mestiços e asiáticos (uma expressiva colônia de imigrantes) direitos políticos, sociais e econômicos.
O ex-presidente sul-africano e primeiro presidente negro da África do Sul (1994-1999) era mais que um líder político, era uma espécie de emblema de todas as virtudes da humanidade.
A luta contra a discriminação no país levou Mandela a prisão durante 27 anos. Foi preso em 5 de agosto de 1962 e condenado à prisão perpétua por sabotagem contra o governo, em 12 de junho de 1964. Ficou incomunicável durante seu tempo prisional.
Enquanto esteve preso, Winnie Madikizela, sua então esposa, iniciou o movimento de luta por sua libertação. No fim da década de 80, Mandela era o preso político mais famoso do mundo. Na saída da prisão, o líder foi ovacionado por uma multidão que o aguardava do lado de fora do presídio.
Recebeu em 1993 o Prêmio Nobel da Paz por sua luta contra o regime do apartheid. Dividiu o prêmio com Frederik de Klerk, ex-presidente da África do Sul que iniciou o término do regime segregacionista e o libertou da prisão.
Em 1994, quatro anos após ser libertado e um ano após receber o prêmio Nobel da Paz foi eleito presidente da África do Sul, promovendo um governo conciliador que não excluísse a minoria branca.Adotou como prioridade em seu governo (1994-1999), o discurso de unidade nacional e desencorajou atos de vingança e violência.
Em 2004, ele anunciou que se retirava da vida pública. Em 2009, a Organização das Nações Unidas (ONU) declararam o dia 18 de julho como o Dia Internacional de Mandela, em que organizações e indivíduos são encorajados a tomar parte em ações humanitárias.
BONDADE
“Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, ou por sua origem, ou sua religião.
Para odiar, as pessoas precisam aprender, e se elas aprendem a odiar, podem ser ensinadas a amar, pois o amor chega mais naturalmente ao coração humano do que o seu oposto.
A bondade humana é uma chama que pode ser oculta, jamais extinta.” – Nelson Mandela
por Larissa Itaboraí