“Não podemos correr novos riscos de rompimentos”, alerta promotor
Novas movimentações de terra na Barragem do Fundão, registradas na quarta-feira, 81 dias depois da tragédia de Mariana, geraram instabilidade nos diques de Sela e Tulipa, estruturas da Barragem de Germano, a maior dentre as barragens de rejeitos da mineradora Samarco na região, afirma o promotor Carlos Eduardo Ferreira Pinto, coordenador do Núcleo de Resolução de Conflitos Ambientais (Nucam), do Ministério Público de Minas Gerais. “Não podemos correr novos riscos de rompimentos”, alertou o promotor, mostrando-se preocupado com um vídeo gravado pela própria empresa que mostra quase 10 minutos da movimentação de 1 milhão de metros cúbicos de terra, água e lama.
“Queremos medidas concretas, como o plano de emergência”, exige o promotor, referindo-se às medidas para proteger a população dos arredores se houver rompimento de outras barragens. A Samarco apresentou até agora apenas o Dam Brake, segundo o MP, com a simulação de cinco cenários em caso de rupturas das diferentes barragens, sendo o pior deles o da Mina de Germano. “Recebemos o material nesta semana e ainda estamos analisando”, afirmou o coordenador do Nucam. Dep
Desde o incidente de quarta-feira, a mineradora tem reiterado que as estruturas das barragens de Germano e de Santarém, no mesmo complexo, permanecem estáveis, com base em contíguo monitoramento. A empresa sustenta que as movimentações de terra já eram esperadas devido às últimas chuvas e que a barragem de Santarém tem recebido reforços. Na quinta-feira, o MP cobrou novos cálculos do nível de estabilidade de Sela.
Fonte: O Estado de Minas