Segundo o relatório, ‘’Fazer a migração funcionar para todos’’, lançado na Assembleia Geral da ONU no início de 2018, o planeta conta atualmente com 258 milhões de migrantes (3,4% da população mundial), ou seja, pessoas que se deslocam de um país para outro em busca de melhores condições de vida. Apesar do termo mais utilizado ser ‘’refugiado’’, a nomenclatura ‘‘migrante’’ pode se referir de modo geral àqueles que se deslocam voluntária ou forçadamente. A maioria dos motivos dessas migrações já são bem conhecidos pelo público em geral: guerras que assolam países, perseguições políticas, religiosas, étnicas ou culturais. Porém um outro motivo tem contribuído para o crescimento da migração: as mudanças climáticas. http://bit.ly/2EN6Bes
De acordo com o G1, em estudo divulgado pela revista Science, foi mostrado os efeitos devastadores que as mudanças climáticas causam e ainda causarão aos seres humanos. Como já se sabe, as mudanças climáticas vão resultar em mais secas, inundações, ondas de calor e outros eventos extremos como furacões, tufões além do aumento do nível do mar.
Apesar da mudança ser sentida em todo o globo, nos países mais pobres ela vai trazer muito mais impacto do que em países desenvolvidos, em países mais pobres e sem recursos da África e da Ásia essa mudança será muito mais sentida. A Europa também sentirá essas mudanças, porém de maneira muito mais contida, o que pode transformá-la em destino para muitos migrantes. Todas essas mudanças vão tornar a agricultura muito mais difícil em todo o mundo.
De acordo com o MigraMundo e com dados do artigo publicado em edição do Boletim Desafios da CEPAL, em parceria com a UNICEF entre 2005 e 2015, ocorreram 380 desastres naturais no mundo sendo que a região da Ásia foi a mais afetada, com 44,4% dos desastres, seguida pelas Américas, com 25,5%, África, com 16,5%, Europa, com 7,2% e Oceania, com 6,4%.
Os problemas gerados por esses desastres ambientais e até por mudanças climáticas mínimas fazem com que o cenário se torne insustentável porque as populações dessas regiões mais pobres são as principais vítimas dessas mudanças.
Segundo o diretor-geral da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, José Graziano da Silva, a mudança climática representa um grande risco para a população na zona rural de países em desenvolvimento. José Graziano citou estudos mostrando que desde 2008, uma pessoa foi deslocada a cada segundo devido a desastres relacionados ao clima. O número representa uma média de 26 milhões de pessoas por ano e o estudo sugere que os números devem se intensificar no futuro.
De acordo com o diretor da Organização Internacional para Migrações, William Lacy Swing, eventos mais lentos relacionados a mudanças climáticas são bem menos visíveis aos olhos da sociedade do que fenômenos extremos e, ‘’eles tendem a ter um impacto muito maior com o tempo. ’’
‘’A migração é uma crescente realidade global’’ conta o secretário-geral da ONU, António Guterres, em relatório divulgado em janeiro de 2018. Ele ainda afirma, em artigo publicado no jornal britânico The Guardian: ‘’ A migração incentiva o crescimento econômico, reduz as desigualdades e conecta sociedades diferentes. Contudo, é também fonte de tensões políticas e tragédias humanas. ‘’
O fenômeno da migração precisa ser visto como oportunidade de troca de informações e experiências entre povos de diferentes regiões no mundo e justamente por isso precisa ser encarada com um aspecto positivo, tendo em vista desafios cada vez maiores para solucionar diversos problemas referentes a ele, como a xenofobia por exemplo.
Fontes: ONU, Brasil Escola, Super Interessante, Estadão, G1, Migra Mundo e Portal ODM
ASCOM PV