Comissão ouviu especialistas sobre casos de sucesso e desafios da neutralidade carbônica em outros países
A Comissão Especial de Estudos para Transição Energética e Hidrogênio Verde da Câmara dos Deputados recebeu em audiência pública nesta terça-feira (8), especialistas que apresentaram cenários internacionais e experiência com a descarbonização de seus mercados por meio do uso de hidrogênio verde. O requerimento foi protocolado pelos deputados Bacelar (PV/BA) e Arnaldo Jardim (Cidadania-SP), respectivamente relator e presidente da comissão.
Participaram do debate o head da área de New Energy Business da Siemens Energy para a América Latina, Andreas Eisfelder; a representante da Câmara de Comércio e Indústria Brasil e Alemanha (AHK Rio de Janeiro), Loana Von Gaevernitz Lima; o CEO da Thyssenkrupp South America, Paulo Alvarenga e Paulo Emílio Valadão de Miranda, presidente da ABH2.
Na ocasião, o relator Bacelar reforçou que o intuito da Comissão é de trazer ao parlamento estas experiências que irão colaborar num arcabouço legislativo. “As grandes linhas de interesses são identificar as iniciativas, conhecer os estudos e projetos da área e também incentivar a atuação do governo. Vamos entregar um marco regulatório que, inclusive, deve modernizar o que já está aplicado em outros locais”, comentou o relator.
Dentre as experiências apresentadas, a Alemanha foi citada pelos especialistas, que demandará quase 50% de seu consumo da importação de hidrogênio verde offshore, ou seja, de países produtores como o Brasil, para cumprimento de metas como o aumento de participação de energias renováveis em 80% até 2030, bem como a neutralidade de carbono em 2045.
Para o especialista Andreas Eisfelder, da Siemens Energy, há uma excelente oportunidade para o Brasil por meio do uso de fertilizantes verdes, como a amônia, e da consolidação de uma cadeia de energias descarbonizadas. E sua apresentação, o especialista destacou que em 2030, a América Latina será o terceiro maior mercado do mundo em hidrogênio renovável.
“Acredito que vamos ter um novo capítulo na colaboração energética entre o continente europeu e o Brasil. Isso vai demandar também mais regulamentação, certificações, medições dos impactos ambientais e redução de CO² associados desta cadeia. 50% do Hidrogênio que a Alemanha precisa terá que ser importado. A pergunta é se o Brasil estará pronto”, comentou Andreas.
Comissão
Ainda durante a sessão de ontem, o presidente da Comissão, Arnaldo Jardim, reforçou o compromisso do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, com a pauta de transição energética, conhecida como pacote verde.
Na ocasião, o deputado apresentou ainda o cronograma de trabalho do colegiado para os meses de agosto, setembro e outubro. A partir da próxima semana, serão realizadas mesas redondas com especialistas e entidades.